No Dia do Trabalho é bom que pensemos no lugar que tem essa dimensão muito importante da nossa vida. Iluminados pela figura de São José, lembramos que o trabalho dignifica a pessoa humana e é um importante meio para a santificação pessoal. Muitos, no entanto, estão passando essa data sem trabalho por diversas razões, mas isso não pode ser causa de falta de esperança, pelo contrário, uma confiança cada vez maior em Deus com certeza dará frutos e poderão experimentar que “decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas” (Mt 6, 32).
Todo o sofrimento que passamos, inclusive o de não ter trabalho, pode ser unido aos sofrimentos de Cristo e, como São Paulo, pode-se dizer: “Completo em mim o que falta à Paixão de Cristo” (Col 1, 24). E essa é sempre a resposta. Se aprendemos a viver mais perto de Jesus em meio as dores e sofrimentos, tiraremos o melhor proveito que possa existir dessas situações. Elas não são fáceis, e as vezes parecem mais do que podemos suportar. Assim deve ter sido a cruz de Jesus se pensamos bem. Estar desempregado não é, por nenhum lado que olhemos, uma situação boa, mas Deus tira coisas boas das piores realidades. E com certeza ele olha por cada um de seus filhos, especialmente pelos que mais sofrem.
"Não podemos, no entanto, perder de vista que a situação da falta de emprego, assim como a morte de Jesus na Cruz, é uma situação injusta".
A esperança é o que nos permite olhar para o futuro e não desanimar frente a ele. Maria, a mãe de Jesus, com certeza se apoiou na esperança da vitória de seu Filho para poder permanecer de pé junto a Cruz onde Ele pendia completamente desfigurado. Essa mesma esperança é a que nós somos chamados a ter. Jesus nos permite essa esperança porque Ele venceu tudo, inclusive a morte.
Não podemos, no entanto, perder de vista que a situação da falta de emprego, assim como a morte de Jesus na Cruz, é uma situação injusta. O Catecismo da Igreja nos lembra que o trabalho é um direito, que deveria ser garantido a todos os cidadãos, sem discriminação. E também a sociedade, segue o Catecismo, deve ajudar os cidadãos a conseguir um emprego. Ou seja, se o cidadão que está em busca de um emprego não o encontra, aqueles que controlam o poder são os responsáveis, porque em um lugar ideal, não pode faltar emprego para ninguém.
E sabemos que vivemos em um mundo que é muitas vezes injusto. Por isso podemos olhar para o exemplo que nos deu Jesus de como suportar e viver essa injustiça. Confiando no Plano de Deus, que é Senhor da história e que, por mais que os homens se afastem dele, nos conduz por seus caminhos como diz o provérbio: O ser humano pode fazer muitos planos; contudo, quem decide é Deus (Prov 19, 21).
O Papa Francisco falou de improviso a um grupo que sofria pelo desemprego, acho que suas palavras podem ajudar a muitos outros que sofrem da mesma maneira:
"Olhai: é fácil dizer 'não percais a esperança'..., mas a todos, a todos vós, a quem tem trabalho e a quem não tem, digo-vos: Não deixeis que vos roubem a esperança! Não deixeis que vos roubem a esperança! (...) A esperança não é de um só: a esperança, todos nós a fazemos! Devemos sustentar a esperança, todos, todas vós e todos nós que estamos longe. A esperança é uma coisa vossa e nossa. É uma coisa de todos".
"[Nesta oração] eu direi o que vem do coração, e vós, em silêncio, orai comigo: (...) Senhor, falta-nos o trabalho. Os ídolos querem roubar-nos a dignidade. Os sistemas injustos querem roubar-nos a esperança. Senhor, não nos deixeis sós. Ajudai-nos a ajudarmo-nos entre nós, fazendo-nos esquecer um pouco o egoísmo para sentir no coração o 'nós', nós, povo, que quer avançar. Senhor Jesus, a ti não faltou o trabalho; dai-nos trabalho e ensinai-nos a lutar pelo trabalho, e abençoai-nos a todos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Muito obrigado, e rezai por mim".
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