A fase diocesana do processo de canonização da Irmã Lúcia de Jesus (1907-2005), uma das três videntes de Fátima, foi encerrada em 13 de janeiro de 2017, conforme nota da agência portuguesa Ecclesia. O anúncio foi feito pela Diocese de Coimbra, onde morreu a religiosa e foi aberto o processo.
O processo de beatificação de Irmã Lúcia teve início em 2008, apenas três anos depois de sua morte, o que é incomum já que na Igreja os processos têm um prazo mínimo de cinco anos após a morte do candidato. Na ocasião, o Papa Bento XVI concedeu uma dispensa para que o processo fosse iniciado.
De acordo com a vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia, irmã Ângela Coelho, a “vasta documentação” da religiosa exigiu tempo e prolongou essa primeira etapa de pesquisa.
“É um desafio. Obviamente que estamos todos muito ansiosos pela sua beatificação, mas eu penso que a Irmã Lúcia merece um estudo muito aprofundado e rigoroso, não só para a questão histórica, que é muito importante, mas concomitantemente, para a sua dimensão espiritual. Creio que prestamos um melhor serviço à própria Lúcia, à sua santidade e características, se estudarmos bem a documentação que existe”, sustentou a religiosa.
O processo para a canonização da Irmã Lúcia considerou a sua longa trajetória. “Foi uma mulher que viveu quase 98 anos, que se correspondeu com Papas, desde Pio XII até João Paulo II, com cardeais, bispos”, esclareceu a vice-postuladora.
“Lúcia escreveu a irmãos de outras confissões religiosas e a milhares e milhares de pessoas, que agora nos começam a devolver as respostas que a Lúcia deu – conseguimos recolher mais de 11 mil cartas -, o que torna o processo complexo”, admite.
Irmã Ângela Coelho também é postuladora da causa de canonização dos pastorinhos Beatos Jacinta e Francisco Marto, os irmãos que, juntamente com Lúcia, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917.
Próximas fases
Terminada a fase diocesana, o postulador vai elaborar a 'Positio'. Trata-se de um resumo dos relatos e estudos realizados pela comissão, contendo uma biografia documentada e a apresentação das virtudes teologais e cardeais praticadas pela “Serva de Deus”. Assim que aprovado, pela Congregação para Causa dos Santos, o Papa concede o título de “Venerável Serva do Senhor”.
A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão da “venerável”; se um destes milagres é considerado autêntico, a “venerável” é considerada “beata”. Para a canonização, a Igreja tem que aprovar um segundo milagre, para então proclamar a religiosa “santa”.
A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação por parte da Igreja de que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Saiba mais sobre a vida de Irmã Lúcia no site: www.lucia.pt
Fonte: Ag. Ecclesia
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