A Paróquia Nossa Senhora da Paz, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo, recebe diariamente dezenas de imigrantes à procura de trabalho na capital paulista.
Nos últimos dias, a paróquia acolheu centenas de haitianos vindos do Acre devido as constantes enchentes no estado. O norte do Brasil é a porta de entrada para imigrantes que buscam emprego, novas oportunidades e reforçam a mão de obra de empresas do Sul e do Sudeste.
Foto de: Heloisa Ballarini
Sem trabalho, imigrantes passam o dia no pátio da Paróquia Nossa Senhora da Paz na capital paulista.
A Paróquia Nossa Senhora da Paz faz parte do projeto ‘Missão Paz’, obra dos Missionários de São Carlos - Scalabrinianos, que possuem vivência junto aos migrantes, imigrantes e refugiados.
A Missão Paz, que fica na Rua do Glicério na capital, abriu seu salão para que cerca de 200 haitianos à espera de regularizar sua documentação possam passar as noites. Normalmente quem fica no abrigo não tem amigos ou parentes no Brasil.
Atualmente a Missão Paz possuem três paróquias inseridas na Arquidiocese de São Paulo e é composta pela Casa do Migrante (que acolhe 110 imigrantes todos os dias, oferecendo alimentação e abrigo), pelo Centro Pastoral e Mediação dos Migrantes (com os serviços de documentação, atendimento jurídico, médico, psicológico, aulas de português, cursos profissionalizantes, encontro entre empresas e imigrantes) e o Centro de Estudos Migratórios (com biblioteca especializada e aberta ao público, revista Travessia, assessoria, grupos de estudo, curso à distância).
Padre Paolo Parise, pároco da Igreja Nossa Senhora da Paz, explicou que o abrigo está com mais do dobro da capacidade e por isso estouraram as contas de água e luz.
“A demora da emissão de carteiras de trabalho complica demais a situação. Tentamos agendar as emissões das carteiras, mas tem vagas somente para metade de maio”, completou.
O religioso observou ainda que os desafios dos imigrantes começam já ao chegar na rodoviária da Barra Funda, pois não encontram informações claras para chegar na sede da Missão Paz.
Foto de: Heloisa Ballarini
Abrigo da Missão Paz está com mais do dobro da capacidade.
“O governo do Estado Acre financiado com recursos federais, freta os ônibus e os envia para São Paulo. Falta pensar no destino, pois a demora da emissão de carteiras de trabalho dificulta encontrar um trabalho e expõe os imigrantes, em especial os haitianos, a trabalhos informais durante a espera”, afirmou.
Segundo padre Paolo Parise os imigrantes carregam consigo desafios ligados à sociedade e política migratória do país de destino.
“No caso do Brasil existe uma lei migratória da época da ditadura militar, que não olha para o migrante a partir da lógica dos direitos humanos. Além disso, falta uma política migratória coerente, planejada. Assistimos a algumas ações, até bem intencionadas, mas fragmentadas e sem visão global”, completou.
O projeto Missão Paz vive fundamentalmente com recursos dos Missionários scalabrinianos, cerca de 60% do orçamento, e dois projetos com entidades particulares da sociedade, além de muitas doações.
Para ajudar o projeto com materiais de limpeza e alimentos basta entrar em contato através do e-mail contato@missaonspaz.org ou pelo telefone (11) 3340 – 6950.
Doações em dinheiro podem ser feitas pela conta corrente:
Banco Bradesco
Agência 0515
Conta Corrente: 037060-6
Mitra Arquidiocesana de São Paulo
CNPJ: 63.089.825/0232-76
Mais informações sobre o projeto Missão Paz pelo site www.missaonspaz.org
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