Eis que chegou o ano dos mais peculiares quando o assunto é política e sociedade. É momento de o povo brasileiro escolher os próximos governantes, mas também é uma ocasião em que a corrupção se revela como algo muito prejudicial a toda a população.
Diferente de alguns anos atrás, quando o Brasil era a “menina dos olhos do resto mundo” e havia um tal de “espetáculo do crescimento”, agora estamos encobertos de consequências de atos irresponsáveis, desemprego, violência, educação sucateada, estados entrando em falência, saúde em colapso.
Para completar, ainda temos um fenômeno de ódio na internet, onde tem-se a impressão de que democracia e diálogo não existem. A regra agora é não poder opinar e não ter a liberdade de se ter opiniões diferentes; a guerra digital está sangrenta.
Para refletir um pouco melhor sobre esta fase que passa o nosso País e dar dicas de como ser um melhor eleitor neste momento de transição política do Brasil, conversamos com o cientista político Murilo Carvalho, que nos deu 12 dicas.
#1. Não falte na votação
De acordo com Murilo Carvalho é muito importante o ato de ir votar. Parece lógico, mas o Brasil passa por um tendência de abstenção que só aumenta a cada eleição, o que é prejudicial para a democracia brasileira.
#2. Vote consciente
O cientista político também ressalta que votar consciente é buscar candidatos e partidos alinhados com a ideologia do eleitor. Também é preciso informação, educação e responsabilidade.
#3. Seja uma pessoa ética, honesta e com princípios
Não adianta cobrar ética dos políticos se praticarmos pequenas corrupções em nosso dia a dia, como furar uma fila, por exemplo. Segundo Murilo, a narrativa que afirma que o Congresso é reflexo da sociedade é verdadeira.
“Certamente, atos de furar fila, vender voto ou praticar o chamado ‘jeitinho brasileiro’ resulta diretamente em atos antiéticos de nossos representantes. No entanto, é preciso entender o problema da corrupção no País e suas diferenças. Logicamente que furar fila, furtar, vender voto, etc. são atos de corrupção que têm seu impacto negativo na sociedade e que podem desencadear outros atos de corrupção. No entanto, corrupção, desvio de verba, caixa 2, entre outros são ainda mais prejudiciais para a sociedade e atingem diretamente saúde, educação e segurança pública. Ou seja, não existe corrupção pequena ou grande, existe corrupção”, afirma.
#4. Sinta-se responsável por nosso país
Certamente é obrigação de todo eleitor, seja cristão ou não, se sentir responsável por onde vive. A diferença é que cada grupo social precisa buscar propostas de partidos e candidatos com quem se tem identificação.
Os cristãos, por exemplo, tendem a buscar candidatos com pautas referentes à luta contra o aborto, liberdade religiosa, família, etc. Cabe a cada um fazer o próprio exame de consciência e votar de maneira certa.
#5. Não seja mais um 'revoltadinho' na internet. Dialogue.
Atualmente existe um grande fenômeno na internet que são os discursos de ódio. Para Murilo, um dos pilares da democracia é o diálogo, e sem espaço para tal, o discurso se torna radical.
“Esse fenômeno não deve ser ignorado, e sim analisado do ponto de vista de que é resultado de um crise de representação que vivemos. O ano eleitoral é uma grande oportunidade de mudança desse cenário. Toda mudança gera esperança”, comenta.
#6. União. Não deixe o Brasil se atolar na mediocridade
Logicamente que o Brasil precisa dos pilares básicos (saúde, educação e segurança pública) para atender suas necessidades. No entanto, é preciso um discurso de união em prol do País. A divisão de classes em nada acrescenta ao Brasil nesse momento sedento por mudanças. Existem pessoas boas em todos os partidos.
#7. Não espalhe mentiras
A internet está cheia das notícias falsas, chamadas “fake news”. Não dê uma de tolo e certifique-se de qual fonte vem aquela informação. Normalmente, as fake news trazem conteúdos de sites totalmente desconhecidos. Eles são muito fáceis de identificar, mas se você costuma já sair compartilhando só pelo título e não se atenta ao conteúdo, cuidado.
#8. Não estimule brigas tolas
Nunca brigue com a família, colegas e amigos por conta da política. Vivemos, em primeiro lugar, em uma democracia. Se você ainda não tem argumentos necessários para realizar um bom diálogo, pesquise, se informe, estude sobre os candidatos. Acima de tudo, respeite o próximo.
#9. Repasse o bom exemplo para novas gerações
Se você tem crianças em casa, eduque para as boas condutas. A próxima geração poderá ser capaz de transformar o país se tiver na base familiar pessoas que ensinem que colar na escola não é correto, que roubar é desonestidade, que trair a confiança é prejudicial ao semelhante e que tudo que vem fácil, vai fácil.
#10. Seja ético e gere amor
A atitude ética é uma atitude de amor para humanidade. Pense sempre no outro, reflita sobre consequências e preocupe-se com as pessoas.
#11. Respeite a “Casa Comum”
Seguindo os ensinamentos do Papa Francisco, respeitar o meio ambiente é fundamental para a continuidade do Planeta. Escolha candidatos que não se preocupem apenas com os dólares que vão ganhar ao derrubar uma floresta.
#12. Não esqueça
Sua grandeza está na capacidade de comprovar que, na prática, a ética e a política não podem e não devem estar separadas.
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