Não existe uma origem exata do trabalho dessa pastoral na Igreja Católica. Pode-se dizer que, no momento em que algum padre ou membro da Igreja soube acolher e atender um irmão nômade, começou a existir esse serviço pastoral.
No Brasil, oficialmente, a Pastoral dos Nômades foi criada em 1985, com o então bispo de Caxias do Sul, Dom Benedito Zorsi, e o padre Renato Rosso. Padre Renato, um italiano com experiência no trabalho com o povo nômade, fixando residência no Brasil, morou com os ciganos e organizou a pastoral.
O povo cigano surgiu na Índia entre os anos de 500 e 1000 d. C. e se espalhou pela Europa. No Brasil, há relatos que o primeiro cigano chegou no ano de 1547.
Atender pastoralmente a essa população exige compreensão e respeito às tradições, hábitos, língua e cultura próprias desse povo. O Padre Wallace Zanon, que atua na Pastoral dos Nômades, realizou uma experiência de imersão na cultura cigana. Morou durante quatro anos em acampamentos nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Dessa experiência, conta que só conhecendo os ciganos para poder compreender o seu modo de vida e esclarece que os inúmeros preconceitos que este povo sofre são fruto de pontos de vista equivocados.
Padre Wallace destaca que conheceu um povo que valoriza a unidade familiar e vive a partir da partilha. “A família é o sustento, é a vida deles. Eles vivem em função das famílias. No acampamento ninguém passa fome. Quem está de fora não conhece. Quando a gente conhece de fato o povo cigano, a gente percebe que há coisas muito belas”, disse ao A12.
:: Beato Zeferino Malla, cigano e mártir da Igreja Católica
O diretor destaca ainda que a grande maioria dos ciganos são católicos, embora vivam dentro de uma religiosidade popular própria de sua cultura. Batizam seus filhos e valorizam o sacramento do matrimônio, a catequese e as celebrações litúrgicas. Ainda segundo padre Wallace, a proposta da pastoral para os próximos anos é conscientizar e motivar as dioceses onde existam esses povos a iniciarem esse trabalho.
Vaticano e o povo cigano
O Vaticano, por meio do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, preocupado com o atendimento pastoral desses povos, redigiu e lançou, em 2005, o documento ‘Orientações para uma Pastoral dos Ciganos’. Em junho de 2011, o Papa Bento XVI discursou para mais de 2000 ciganos, que estavam celebrando o 150º aniversário do nascimento e o 75º aniversário do martírio do beato cigano Zeferino Giménez Malla, padroeiro da Pastoral dos Nômades e Ciganos. Na ocasião, o Papa dirigiu palavras de conforto ao povo cigano. “Vocês estão na Igreja! Vocês são uma parte muito amada do Povo de Deus peregrino e nos recordam que não temos aqui embaixo uma cidade permanente, mas buscamos aquela futura”.
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