Viver uma Igreja em saída exige romper com “tradições caducas e estéreis”. A reflexão é do conselheiro geral da Congregação do Santíssimo Redentor, padre Rogério Gomes, durante missa realizada na manhã desta segunda-feira (29), no Santuário Nacional de Aparecida.
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Padre Rogério Gomes presidiu a celebração motivado pela abertura do Congresso Missionário Redentorista que reúne redentoristas provenientes das diversas províncias e vice províncias brasileiras, e que também acolhe representantes vindos do Paraguai, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Peru e Colômbia. A iniciativa visa debater o processo de reestruturação da missão redentorista a partir do incentivo do Papa Francisco para uma ‘Igreja em saída’.
O conselheiro geral trouxe uma palavra contundente a todos os missionários sobre a proposta deste Congresso, e também ofereceu a toda assembleia a oportunidade de refletir sobre aspectos da ação evangelização da Igreja na atualidade.
"O Governo Geral da Congregação do Santíssimo Redentor valoriza muitíssimo esta iniciativa aberta a toda a Conferência da América Latina e Caribe. Nesse processo que estamos vivendo de uma 'Igreja em saída' e de reestruturação para revitalizar a vida apostólica redentorista. Este congresso além de contribuir para a formação permanente coloca-se neste contexto de abertura de formar para a missão, renovar metodologias e práticas, ampliar redes, potencializar nossas forças evangelizadoras e oferecer uma palavra transformadora neste mundo ferido”, disse no início de sua homilia.
“Há um mundo ferido que muitas vezes rejeita a Palavra de Deus e que com suas tradições esquizofrênicas ofuscam a beleza e pureza do Evangelho, e inclusive, dentro de nossas comunidades cristãs. Nesse sentido, pensar a missão em um contexto de uma 'Igreja em saída' é contar com a rejeição mesmo fazendo o bem. Porque sair implica sempre em recomeçar, fazer conversões pessoais e grupais, romper com as tradições caducas e estéreis, e muitas vezes, a persistência de viver nos túmulos debatendo-se acorrentado pelo passado do 'sempre foi assim' e cultuando as próprias legiões, do que se abrir ao encontro incômodo, significativo e renovador com Jesus”, acrescentou.
Diante desse apelo do Papa Francisco, o conselheiro indicou algumas pistas para que a missão redentorista consiga revigorar o seu propósito evangelizador.
“As velhas tradições já não respondem mais ao contexto do mundo atual. Para isso é necessário conversão de mentalidade, conversão de coração, ler os sinais atuais dos tempos com os seus desafios e compreendê-los bem, renovar a linguagem teológica, renovar métodos missionários, resgatar o protagonismo dos leigos, abrir-se a intercongregacionalidade, fazer parcerias, pensar novas linguagens que toquem o coração do homem e da mulher modernos. Fechar-se a esta realidade é não escutar o sopro do Espírito que renova e move a Igreja ao longo da história”, frisou.
Também estavam presentes na missa, o presidente da União dos Redentoristas do Brasil (URB), padre Edésio Borges, o superior da Província de São Paulo, padre Inácio Medeiros, entre outros missionários. Padre Rogério foi enviado pelo superior geral padre Michael Brehl, que não pode vir ao evento devido a compromissos no Vietnã.
O congresso segue até o dia 02 de fevereiro, na Casa de Hospedagem Santo Afonso, com uma programação extensa e dedicada a refletir sobre missiologia, eclesiologia e identidade redentorista, e também pela partilha de experiências das diversas realidades onde atuam os redentoristas.
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