A celebração do encontro é a representação do encontro de Jesus e Maria Santíssima na Via-Sacra. Dentro da Semana Santa, também chamada de “A Grande Semana”, em muitas paróquias é realizada a “Procissão do Encontro” entre o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores.
Nas Sagradas Escrituras é encontrado o relato da Paixão de Cristo, quando muitas pessoas acompanhavam Jesus no caminho do Calvário. Certamente sua Mãe Santíssima também O acompanhava neste caminho doloroso.
Leia MaisAcademia Marial inicia hoje (02) a 4ª Semana MariológicaA tradição católica, para relembrar este momento tão emocionante, criou a Procissão do Encontro. A procissão do encontro é uma prática religiosa popular muito antiga.
O Documento de Aparecida pede o respeito e o incremento pela piedade popular, tão zelosamente demonstrado pelo Papa Francisco nos seus gestos junto às imagens.
Na Procissão do Encontro o povo de Deus se reúne geralmente em dois grupos, um formado basicamente por homens e outro grupo por mulheres. Cada grupo carrega uma imagem: os homens carregam a imagem do Bom Jesus dos Passos, e as mulheres carregam a imagem de Nossa Senhora das Dores.
Esse gesto e atividade nos fazem refletir sobre o sentido desse encontro. Vemos Maria firme na companhia de Seu Filho Amado. Esta firmeza de Maria a aproxima do Filho sofredor e se encaminha com Ele para a cruz. Maria é, portanto, a discípula fiel que não deixa o Senhor sozinho.
Jesus é vítima da violência contida no coração dos homens, do abandono por parte dos amigos, da rejeição por parte da classe religiosa da época, do escárnio dos romanos que irão executar uma pena arquitetada contra um inocente.
A mãe de Jesus está lá, marcada pela dor e pelo sofrimento, mas permanece em pé, firme e disposta a seguir seu Filho para o extremo da cruz! Acompanhar os sofredores é uma forma de amenizar o sofrimento. Compadecer-se de quem sofre é uma maneira de diminuir a carga.
Vislumbrando Maria que acompanha Jesus em sua caminhada, nós vemos reluzir em um destaque no altar da cruz o sacrifício de Deus, que se entrega por amor de nós, e em outra instância vemos acontecer no coração de Maria, que se faz presente no sofrimento do Filho, o que Jesus deseja que aconteça na vida de cada um de nós: a purificação de nossa vida por meio do Sacrifício da cruz.
Então, tomando a sério como esta afirmação merece, diremos sem dúvida alguma que Maria é o modelo mais concreto da santificação que Jesus nos concede, por meio de sua vida entregue na cruz pelos pecadores. É o poder que emana da cruz que nos possibilita carregar a nossa cruz. Maria nos ensina como se comportar diante da cruz, pois sem cruz não há salvação. A salvação passa pela cruz.
Geralmente nesta procissão os homens saem de uma igreja com a imagem de Nosso Senhor dos Passos, e as mulheres saem de outra igreja com Nossa Senhora das Dores. Acontece então o encontro entre a Mãe e o Filho.
Depois se é feito o célebre Sermão do Encontro, ou em alguns lugares o Sermão das Sete Palavras, que, na verdade, são sete frases:
1- Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. (Lc 23,34 a);
2- Hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,43);
3- Mulher, eis aí o teu filho, filho, eis aí a tua mãe. (Jo 19,26-27);
4- Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonastes? (Mc 15,34);
5- Tenho sede. (Jo 19,28 b);
6- Tudo está consumado. (Jo 19,30 a);
7- Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. (Lc 23,46 b).
Nosso Senhor dos Passos é uma invocação de Jesus Cristo e uma devoção especial na Igreja Católica a Ele dirigida, que faz memória ao trajeto percorrido por Jesus Cristo desde sua condenação à morte no pretório, até o seu sepultamento, após ter sido crucificado no Calvário.
A história dessa devoção remonta à Idade Média, quando os cruzados visitavam os locais sagrados de Jerusalém por onde andou Jesus a caminho do martírio, e quiseram depois reproduzir espiritualmente este caminho, quando voltaram à Europa, sob forma de dramas sacros e procissões, ciclos de meditação, ou estabelecendo capelas especiais nos templos.
A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucifixão, morte e sepultura de Jesus Cristo.
Portanto, na Celebração do Encontro nós somos chamados a refletir este caminho doloroso percorrido por Nosso Senhor Jesus Cristo, junto a Nossa Senhora até o calvário, caminho onde Jesus remiu os nossos pecados, e nos mostrou o Maior ato de amor. O Caminho do Calvário, onde Jesus se ofertou por amor, já com o Seu coração depositado em nós, para que alcancemos a vida eterna.
A Imagem de Nossa Senhora que emerge dos Santos Evangelhos e da vida do nosso povo
Ela é toda do povo e está onde o povo está.
Oração em homenagem a Nossa Senhora das Dores
Ó Nossa Senhora das Dores! Ó dores da maior bondade que estão guarnecidas no brilho do sol que é Cristo, luminosidade irradiada em todas as direções e dores em torno das quais giram todas as partes do mundo.
Salve Rainha, a realeza da Virgem Maria
A doutrina da Realeza de Maria pertence à mais antiga Tradição da Igreja, um legado que foi sendo enriquecido, ao longo dos séculos, pelos pontífices.
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