Localização: Laus (França)
146 anos depois de Lourdes, a Igreja francesa reconheceu oficialmente o caráter sobrenatural das aparições de Nossa Senhora de Laus.
No dia 4 de maio de 2008, durante Missa celebrada em Laus, o Bispo de Gap (França), Dom Jean-Michel di Falco, acompanhado por vinte cardeais e arcebispos do mundo, anunciou a aprovação oficial da Igreja das aparições marianas testemunhadas nesta vila dos altos Alpes franceses pela vidente Benôite (Benta) Rencurel:
"Reconheço a origem sobrenatural das aparições e os fatos e ditos, experimentados e narrados por Benôite Rencurel. Animo a todos os fiéis a vir e orar, e procurar renovação espiritual neste santuário. Desde os primeiros meses que seguiram às aparições, os peregrinos chegam em grande número, mas o reconhecimento não havia sido feito", explicou Dom di Falco.
O Santuário se desenvolveu em torno da Basílica, edificada no lugar no qual a Virgem Maria apareceu a uma pastora de 17 anos, de 1664 a 1718, em uma aldeia isolada na beira da montanha, a 900 metros de altura, segundo indica o site do Santuário. Este centro espiritual da diocese de Gap se converteu, com os séculos, em uma meta de peregrinação muito além das fronteiras francesas.
O Santuário de Nossa Senhora de Laus atrai 120 mil peregrinos ao ano.
A mensagem de Laus
Benôite Rencurel nasceu em 16 de setembro de 1647, em Saint-Étienne d’Avançon (Alpes do sul – na França). Seu pai faleceu quando ela tinha 7 anos. Nunca aprendeu a ler nem escrever e sua única instrução era o sermão da Missa dominical.
Em um dia de maio de 1664, Benôite, que trabalhava como pastora para uns camponeses vizinhos, estava rezando o Rosário quando viu uma bela Senhora sobre um penhasco, levando pela mão um menino de beleza singular.
“Formosa Senhora! – disse-lhe –, o que estão fazendo aí acima? Querem comer comigo? Tenho um pouco de pão bom, nós o molharíamos na fonte”.
A Senhora sorriu diante de sua simplicidade, mas não lhe disse nada. Benôite então pediu à Senhora para ficar um pouco com o menino, mas a Senhora sorriu de novo sem responder. Depois de permanecer algum tempo com Benôite, a Senhora toma seu menino nos braços e desaparece em uma cova.
Por quatro meses, a Senhora se mostra todos os dias, conversando com grande familiaridade com a jovem, educando-a para sua futura missão. Benôite conta suas visões à proprietária do rebanho, que em princípio não acredita, mas numa manhã a segue em segredo até o pequeno vale do Fours. Uma vez ali, não consegue ver a Senhora, mas ouve as palavras que esta dirige a Benôite.
A aparição pede a Benôite que advirta a sua patroa dos perigos que corre sua alma: “Tem uma mancha na consciência. Que faça penitência”. Afetada por aquilo, esta se corrige, volta a frequentar os sacramentos e vive o resto de seus dias muito cristãmente.
Em 29 de agosto, Benôite pergunta à visitante como se chama, e Ela lhe responde: “Meu nome é Maria”.
Durante o inverno de 1664-1665, Benôite sobe até o Laus muito frequentemente, onde vê toda vez a Senhora, que lhe recomenda “rezar continuamente pelos pecadores”. A notícia das aparições se propaga entre os aldeãos, graças às vigílias das noites de inverno.
Nossa Senhora se revela em Laus como reconciliadora e refúgio dos pecadores e, por isso, contribui com sinais para convencer a estes da necessidade de converter-se. Ali pediu que fosse construída uma igreja e uma casa para sacerdotes, para atrair os cristãos desejosos de viver um caminho de conversão, especialmente por meio do sacramento da confissão. Desde as origens das peregrinações, as curas físicas e morais foram reconhecidas em grande número, especialmente através da unção com o azeite da lâmpada do Santuário.
Benôite toma a sério a missão recebida de Nossa Senhora; torna-se membro da Ordem Terceira Dominicana e se dedica a preparar os pecadores para que recebam o sacramento da Penitência. Anima com frequência os dois sacerdotes do santuário para receberem os peregrinos com doçura, paciência e caridade, empregando uma bondade especial para com os mais pecadores, a fim de incitá-los ao arrependimento.
Nossa Senhora pede a Benôite que admoeste as mulheres e as moças de vida escandalosa, especialmente as que cometem aborto, aos ricos injustos ou perversos, aos sacerdotes e religiosos infiéis a seus compromissos sagrados.
Entre 1669 e 1679, Benôite é abençoada com cinco aparições de Jesus, que se revela em um estado de sofrimento. Em uma sexta-feira de julho de 1673, Jesus ensanguentado lhe diz:
“Minha filha, mostro-me neste estado para que participes das dores de minha Paixão”.
Depois de mais de duas décadas de sofrimentos e constantes aparições de Nossa Senhora e dos anjos, Benôite recebe a Comunhão no dia de Natal de 1718, e três dias mais tarde se confessa e recebe a Unção dos Enfermos. Por volta das oito da noite, Benôite se despede dos que a rodeiam. Depois de beijar um crucifixo e com olhar dirigido ao céu, falece em paz.
O santuário está hoje a cargo do clero diocesano, com a assistência de uma comunidade de Irmãos de São João e tem como seu eixo pastoral oferecer o Sacramento da Reconciliação.
Colaborou: Maria Alice Soares de Castro
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