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A iconografia nas Mariofanias – A materialização do transcendente

Escrito por Academia Marial

12 MAR 2022 - 08H00 (Atualizada em 23 MAR 2022 - 12H00)

A imagem de Maria, mãe de Jesus, é retratada em diversas culturas com diferentes características, sendo considerada a personagem na história da arte cristã com a maior variedade de representações.

Cada imagem carrega elementos que descrevem o período em que ocorreu a mariofania abrangendo o seu contexto histórico, cultural e devocional vivido naquele momento.

A maioria das imagens marianas resultam dos relatos minuciosamente descritos pelos videntes e das anotações dos artistas que buscaram materializar os detalhes das visões, transformando-as em esculturas ou pinturas. O contexto artístico vivido na época por estes artistas e os elementos da tradição também influenciaram na construção destas imagens marianas.

O processo de criação da arte, independente da técnica, construído a partir de uma mariofania nem sempre é imediato, mas resultado de muito estudo, análise das descrições dos videntes e mudanças nas opiniões formalizadas por autoridades e artistas que acompanharam o desenrolar dos depoimentos até a materialização da obra.

A imagem de Nossa Senhora de Fátima de Portugal é um bom exemplo, pois fora longo o caminho percorrido até chegar à imagem oficial, hoje exposta na Capela das Aparições no Santuário de Fátima.



Suas aparições na Cova da Iria em 1917 deram início a criação da imagem baseada nos relatos dos pastorinhos, mas como atestam alguns documentos, teve detalhes avaliados e alterados durante muitos anos até chegar à imagem esculpida pelas mãos do artista José Ferreira Thedim em 1947.

Muitos relatos de mariofanias que levam a criação de uma imagem para a Mãe de Jesus apresentam fortes características do povo local, como por exemplo Nossa Senhora de Guadalupe no México, Nossa Senhora de Lavang no Vietnã e Nossa Senhora de Vailankanni na Índia.

Os elementos que se divergem de uma imagem mariana para outra não se limitam às características faciais ou indumentárias, vão além, como a posição corporal, cores e símbolos que a acompanham.

A riqueza da iconografia mariana vinda das mariofanias, mesmo que com muitas diferenças entre elas, leva à confirmação e materialização do que relatam os Evangelhos, onde Maria é apresentada como a Mãe de todos. Suas diversas iconografias espalhadas pelo mundo são claramente inculturações que se manifestam não somente no local de origem, mas são levadas para diferentes partes do mundo.

De uma visão macro para as pequenas células da igreja nas mais distantes regiões e também nas casas dos devotos, observam-se várias mariofanias expressadas nas imagens e que convivem juntas nesses espaços, tendo no coração dos fiéis lugar para todas sem conflitos ou preocupações de qual seria a mais semelhante a face verdadeira da Mãe de Jesus.

Assim, para o povo mariano todos estão no coração de Maria da mesma forma como ela está nos corações de todos os seus filhos sem qualquer distinção!

*A arte sacra retratou ao longo dos séculos muitas das Mariofanias avaliadas criteriosamente pela Santa Igreja antes de ser autorizada para a veneração dos fiéis. Hoje veneramos com Fé e Devoção tais Mariofanias através das orações, novenas e ritos devocionais, de telas e imagens sacras, mas afinal, o que são Mariofanias para receberem tamanha atenção da Santa Igreja e da Arte Sacra para serem colocadas a veneração do povo de Deus?

Continua...

Mari Bueno
Associada da Academia Marial de Aparecida

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