Leia MaisPentecostes: Maria conforta os apóstolos e discípulosNossa Senhora, uma questão de devoção?
Quando chegamos aos relatos da Paixão e Morte de Jesus, a Virgem Maria aparece com seu amor de mãe, do mesmo modo em que ela esteve no nascimento de seu Menino.
Chamada de a “Nova Eva” ao lado do “Novo Adão”, foi o instrumento primordial para a Encarnação, tendo também um papel primário na Crucifixão, Morte e Ressurreição e na descida do Espírito Santo no Pentecostes.
Descobrimos, assim, que a Escritura faz a ligação da 'Mãe de Jesus' (Jo 19,25) com esses três momentos da mediação absoluta de Cristo.
Um dado material e biológico não podemos perder de vista: a carne e o sangue humanos de Maria foram necessários tanto para Encarnação, quanto para Morte de Cristo, tornando assim “cooperação” dela na ação redentora realizada pelo Filho de Deus.
Se analisarmos com a ótica da teologia trinitária, entenderemos a profecia de Simeão; “movido pelo Espírito Santo” foi ao Templo, tomou Jesus nos braços, fruto do ventre da esposa de José, e orou ao Pai Criador: “Agora Senhor já podes deixar...” (Lc 2,29-32). O velho servo do Senhor decretou o que viu e, nessa visão, estava presente ativamente a Mãe, e, reclamando dela a consciência de sua cooperação, assim lhe disse: “Uma espada de dor lhe atravessaria a alma” (cf. Lc 2,35).
Encontramos a figura materna de Maria sendo preparada para o futuro. Não sabia ao certo o que Deus lhe reservara, mesmo assim não duvidou; aquilo que não podia entender “guardava todas essas coisas em seu coração” (Lc 2,51) com grande respeito. Resumindo, para entendermos a participação ativa de Nossa Senhora na Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, temos de voltar exatamente ao episódio da apresentação do menino no Templo. [...]
Maria não se torna mãe da Igreja por afinidade dos cristãos, mas por dom de Deus, dado aos novos membros de Jesus Cristo por meio do Batismo. É aqui que entendemos com toda a sua força, o testamento material e espiritual do Senhor no alto da Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho, filho eis aí tua mãe! Daquela hora em diante, o discípulo a recebeu em sua família” (cf. Jo 19,27-28).
Concluo dizendo: “A multifacetada missão de Maria, em relação ao povo de Deus, é, efetivamente, realidade sobrenatural, operante e fecunda no organismo da Igreja”. Em nossa vida cristã, devemos estar dispostos a seguir o exemplo de vida, que nos mostrou o Senhor, mas também podemos seguir o exemplo que nos deixou Maria quando amou, bendisse a Deus, protegeu, cuidou, seguiu e obedeceu a Jesus Cristo, nosso Messias, na aceitação dos homens redimidos como seus filhos adotivos, desde o evento da Cruz.
Imploro a Nossa Senhora da Conceição Aparecida a graça de ver a Igreja no Brasil, sempre impelida a ser uma Comunidade eucarística, missionária e conhecedora da mensagem de vida contida nas Escrituras.
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