Advento, tempo de espera, caracterizado pela presença marcante de Maria, como aquela que soube viver a espera: “De maneira singular esperou a realização das promessas de Deus, acolhendo na fé e na carne, Jesus, o Filho de Deus, em plena obediência à vontade divina”, assim expressou Bento XVI. Leia Mais5 motivos para receber Deus em sua casa neste Advento!É Advento, tempo de esperançarConheça quem criou o tempo do Advento como vivemos hoje
É, pois, o tempo mariano por excelência do Ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda autoridade na Marialis Cultus.
Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal, naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano pré-natalício.
No Advento se recupera plenamente este sentido com uma série de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:
— Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.
— A solenidade da Imaculada Conceição se celebra como “preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga” (Marialis Cultus 3).
— Até o dia 24, o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas. Exemplo disso são algumas orações, como a do dia 20 de dezembro, que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena. Ou então na oração sobre as oferendas do IV domingo, sendo uma epiclese significativa, que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal, em um paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.
A figura da Virgem do Advento:
— É a “Cheia de graça”, a “bendita entre as mulheres”, a “Virgem”, a “Esposa de Jesus”, a “serva do Senhor”.
— É a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação.
— É a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel.
— É a Virgem do Fiat, a Virgem fecunda. É a Virgem da escuta e acolhe.
Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre em sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata d’Aquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria, a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.
Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no “Fiat” antecipa o Maranata da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, possibilitou seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.
À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora “como uma Maria histórica” que possui e dá aos homens, a presença e a graça do Salvador.
A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.
Fonte: Aci Digital
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