Neste dia 3 de abril recorda-se os quatro anos canonização de José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, patrono da Academia Marial.
O Papa Francisco assinou um decreto, servindo-se da chamada “canonização equipolente”, pela qual não é necessária a comprovação de milagre, levando em conta o decurso de vida do então beato.
O processo de Anchieta teve início em 1597, ano de sua morte e se arrastou por 417 anos. Houve muitos percalços, incluindo dificuldades financeiras e a supressão da Companhia de Jesus em 1773. No entanto, recentemente, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, vislumbrou a possibilidade de se mudar de estratégia, com a canonização equipolente.
Na canonização equipolente deve-se ater a três requisitos básicos:
1) A prova do culto antigo ao candidato a santo;
2) O atestado histórico incontestável da fé católica e das virtudes do candidato;
3) A fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato.
Padre Anchieta preenche sobejamente as três condições. Com efeito, são inúmeros os milagres e graças atribuídos à intercessão dele. Ele é venerado como bem-aventurado (que está no céu) por fiéis de São Paulo e de todo o Brasil, bem como nas Ilhas Canárias na Espanha, local onde Anchieta nasceu.
Esta forma de canonização já foi empregada recentemente pelo papa Francisco, quando, por decreto, elevou aos altares Angela Foligno (outubro de 2013) e Pedro Favre (dezembro de 2013). Os católicos podem ficar seguros de que a praxe a ser adotada no caso de Anchieta goza do mesmo atributo de infalibilidade que resplandece as canonizações ordinárias, nas quais são exigidos os dois milagres. O papa Bento XVI também usou da canonização equipolente para propor à veneração dos fiéis aos santos Romualdo, Norberto e Bruno, entre outros.
A canonização de José de Anchieta é um acontecimento social e religioso. Deveras, a pujança, a desenvoltura da cidade de São Paulo em muito é tributária da operosidade dinâmica dos jesuítas. Da mesma forma que a Companhia de Jesus se expandiu avassaladoramente em pouquíssimo tempo, São Paulo progrediu miraculosamente, talvez graças ao toque inicial de São José de Anchieta e padre Manoel da Nóbrega.
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