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Dia do nascituro! A defesa da violência ou do Evangelho da vida

Escrito por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R.

08 OUT 2015 - 11H11 (Atualizada em 08 OUT 2021 - 11H47)

Nos primeiros sete dias de outubro, o Brasil católico reza e reflete pela estima, defesa, proteção, dignidade e direito à vida. É a semana nacional da vida, que prepara a comemoração do dia do nascituro: dia 08/10. Concentrar-se nessa intenção única reforça uma santa, persistente e corajosa luta contra o aborto. Este é um crime que mata a vida exatamente em quem menos pode defendê-la para si mesmo: o feto no ventre materno.

O embrião humano. O nascituro: aquele que possui o direito de nascer, uma vez concebido. Direito que não lhe é dado, formulado, facultado por leis, códigos e tribunais. É inerente ao mistério da própria natureza e é condição primeira e inviolável para todos e quaisquer direitos. Não pode ficar ao arbítrio da política dos governantes que fazem sangrar as veias da vida! A vida é ferida, mutilada, negada, desrespeitada de mil formas por interesses materiais. Principalmente a do nascituro no seio materno e a dos idosos. Por isso, para os cristãos e para as pessoas com uma consciência ética madura, o aborto nunca será “questão de saúde”. Será sempre um atentado à ética, à inteireza, à dignidade mais sagrada do ser humano.

A perda do sentido ético da existência ‘legaliza’ o aborto e planta a raiz da cultura da morte na sementeira da vida. Por isso, invocamos Maria como a protetora da vida em plenitude. O primeiro dado histórico do Evangelho é sobre a sua gravidez virginal. O Espírito Santo gerou nela o Filho do Altíssimo! A vida infinita transmudou-se do seio eterno do Deus-vivo para o seio virginal da “nova Eva”. O verbo se fez carne. A carne, a pessoa humana, antes sujeita e corrompida pela morte do pecado, foi purificada e libertada. Jesus veio. Os pobres se alegraram, os marginalizados foram reintegrados. Os cegos viram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os paralíticos andaram. Deu-se na história uma explosão de vida feliz com o fruto das entranhas de Maria.

O Papa Francisco, em 2013, enfatizou que a Igreja deve ter mais caridade e mais atenção pastoral sobre o aborto, divórcio e homossexualidade. No Jubileu, em dezembro de 2015, o tema é essencialmente a misericórdia. “A Igreja vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia¹”. A misericórdia tem o poder de ensinar o amor, e revela que ele vence o pecado que inferioriza por motivos frívolos o valor absoluto da vida. É este resgate do amor que torna tão urgente à Igreja o Jubileu sobre a misericórdia. No entanto, a grande mídia tem verbalizado a expectativa de uma Igreja progressista, mas não tem a compreensão teológica adequada sobre os princípios envolvidos nos pronunciamentos do Papa. O direito à vida e à defesa desta vida nunca deixará de ser a luta da Igreja.

No X Encontro da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas, o Papa falou:

“Cada criança não nascida, mas condenada injustamente a ser abortada, tem o rosto de Jesus Cristo, tem a face do Senhor, que ainda antes de nascer e depois, recém-nascido, experimentou a rejeição do mundo. E cada idoso — falei da criança, mas agora falemos dos idosos, outro ponto! E cada idoso, ainda que seja enfermo ou esteja no fim dos seus dias, tem em si o rosto de Cristo. Não pode ser descartado, como nos propõe a «cultura do descarte»! Não pode ser descartado! (...) Sede testemunhas e promotores desta «cultura da vida». O fato de serdes católicos comporta uma maior responsabilidade: em primeiro lugar, em relação a vós mesmos, pelo compromisso de coerência com a vocação cristã; e depois em relação à cultura contemporânea, a fim de contribuir para reconhecer na vida humana a dimensão transcendente, o sinal da obra criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua concepção. Trata-se de um compromisso de nova evangelização, que muitas vezes exige ir contra a corrente, pagando pessoalmente. O Senhor conta também convosco para propagar o «evangelho da vida»”².

Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. e Ana Alice Matiello

¹Misericordiae Vultus, art. 10.
²PAPA FRANCISCO. X Encontro da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas: Catolicismo e cuidados maternos. 18-22 de setembro de 2013.

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