A Solenidade de São José nos leva a considerar alguns aspectos importantes
no Mistério de Deus na nossa história.
Talvez o mais importante é a Justiça!
José e Maria estão no Mistério da Encarnação. É assim que é chamada a entrada de Deus na história, de modo humano. Jesus, o Filho do Pai Eterno, a Segunda Pessoa da Trindade, se torna humano e assim estabelece uma nova relação entre Deus e a Humanidade. Ele passa a ser a “ponte” que une estas partes, rompe a distância entre Criador e criatura, inicia um modo diferente de sentir e viver na presença de Deus. Isto tudo e, tenham certeza, muito mais, compõe o que a Teologia chama de Encarnação.
A identidade de José, que é a de Justo, é o modelo para a entrada no Reino dos Céus.
Ora, José e Maria estão juntos no acontecimento. Nunca Maria sozinha, sempre acompanhada de seu Esposo, José, que Mateus chama de “Justo” (Mateus 1,19). Esta qualidade de José, isto é, ser “justo”, é de se pensar e considerar com atenção. Em primeiro lugar, a justiça não é simplesmente uma ação pontual: José não é justo naquele momento, e basta! A Justiça de José é uma qualidade de seu caráter, de sua identidade. Pode-se dizer que esta qualidade o identifica e, curiosamente, será também um assunto sério que Jesus proporá na sua pregação. Ele diz, também em Mateus 5,20: …eu vos asseguro que, se a vossa justiça não ultrapassar a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus!” A identidade de José, que é a de Justo, é o modelo para a entrada no Reino dos Céus.
Justo é a pessoa que coloca os preceitos de Deus antes de suas próprias vontades. Hoje, mais do que ontem, a vontade individual das pessoas é muito valorizada. José, ao contrário, coloca o projeto de Deus a seu respeito antes de seus planos, por melhores que fossem. Lemos em Mateus 1,24: José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara… Então, José é Justo!
:: José, o Justo: esposo e pai ::
Justo é a pessoa que anda conforme a Lei do Senhor, de modo intenso, dizer “visceral”, interior, apaixonado. É por isso que José, de modo decidido, acolhe sua Esposa: para que o projeto do Deus que ele ama intensamente aconteça. Podemos dizer que José vive o Salmo 1. Lá, se lê, sobre o homem de Deus: …seu prazer está na Lei do Senhor, e nela medita, dia e noite. (…) Sim, o Senhor conhece o caminho dos justos!… (versículos 2 e 6). José é Justo!
Justo é a pessoa que é coerente e que distribui, com a vida, sua coerência. Tanto é assim com José que, quando Jesus, no relato do Evangelho segundo João, inicia a sua missão pública, afirmam quanto a sua identidade: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré!” (João 1,45). Então, José é o Justo!
Esta Solenidade, dia 19 de março, neste ano véspera do Domingo de Ramos, nos convida a, como José, buscar a Justiça, mais e melhor vivida do que seria convencional. Estaremos, assim, no Mistério do Verbo Encarnado, Jesus Cristo, o Ressuscitado.
Pe. Mauro Negro, OSJ
Biblista. PUC São Paulo
Membro da Academia Marial
mauronegro@uol.com.br
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