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A apresentação de Jesus no Templo e a purificação de Maria

Escrito por Rita de Sá Freire

02 FEV 2014 - 00H00 (Atualizada em 02 MAR 2023 - 16H53)

A cada 2 de fevereiro, comemora-se a festa da Purificação ou das Candeias (Luz). É o dia da bênção das velas (candeias) e, em muitas igrejas, antes da celebração da Santa Missa, são organizadas procissões solenes, em que são levadas as velas acesas, símbolo de Jesus Cristo que, apresentado a Deus no templo de Jerusalém, foi saudado pelo velho Simeão como a luz que veio para iluminar os povos.

A festa também tem o nome de Purificação de Nossa Senhora, por ser o dia em que Maria Santíssima, em obediência à lei mosaica, se apresentou no templo do Senhor, quarenta dias depois do nascimento do seu Divino Filho. Cabe ressaltar que a maternidade da Virgem Maria, em tudo diferente das outras mulheres, isentava-a das obrigações de uma lei.

A Antiga Lei Mosaica estabelecia que para a purificação das mulheres que davam à luz, após 40 dias do parto deveriam levar o seu primogênito ao Templo para o apresentarem a Deus (Lv 12). Obviamente, Jesus e Maria não estavam sujeitos à Lei, mas quiseram observá-la para nos dar o exemplo de amor e humildade.

Nessa ocasião, José e Maria participaram de um gesto em que não estavam obrigados, pois eram santas criaturas de Deus. Entretanto, mesmo sabendo que eram a Sagrada Família, recusaram-se a qualquer forma de privilégio e, com esse ato, mostraram que devemos obedecer fielmente a vontade de Deus.

Em Lucas 2, 22-40, Maria e José levaram o Menino Jesus ao Templo de Jerusalém, conforme prescrito, para realizar a redenção do primogênito. Maria Santíssima ofereceu ao Senhor o sacrifício ritual de dois pombinhos, estabelecido para a purificação de mulheres pobres. Jesus era o primogênito da casa de José e, segundo o costume, os filhos eram apresentados ao Senhor no Templo.

Lá, encontraram Simeão, que, inspirado pelo Espírito Santo, fora-lhe revelado que não morreria sem ver, antes, o Salvador. Por inspiração divina, reconheceu no Menino Aquele por quem esperava. Tomando-O, então, nos braços, exclamou: "Agora, sim, Senhor, podeis deixar morrer em paz o vosso servo, conforme dissestes, porque já viram os meus olhos o Salvador que prometestes enviar-nos" (Lc 2, 25s).

Também, Simeão profetizou a Maria: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma.

A reflexão que podemos fazer no episódio da Purificação de Nossa Senhora e da Apresentação do Menino Jesus no Templo é de profunda beleza:

1. Maria e José, ao apresentarem o Menino a DEUS: é um gesto de oferta que mostra que Ele não lhes pertence e que se sentem meros depositários de um tesouro de infinito valor;

2. Não podemos ignorar o papel de Maria, que entrega a criança Jesus ao velho Simeão. Pois, por vontade divina, é Ela a escolhida para ser a Mãe de DEUS que leva à humanidade Jesus;

3. O rito da Purificação de Maria não pressupõe a aparência de qualquer imperfeição moral ou legal da parte da Santíssima Virgem, como muitos poderiam pensar. O gesto de Maria aparece como uma singular lição de humildade, obediência, cumprindo às leis de Deus, embora não estando sujeita a esse rito;

4. Maria, Mãe do silêncio. Ela é o exemplo de mãe e missionária, em sua humildade aceitou e guardou tudo em seu coração. Protegeu o Filho, mas sabia que O estava criando para humanidade.

Após essa reflexão, esforcemo-nos por imitar a humildade de Maria Santíssima, sempre abençoada por Deus, lembrando-se de que a humildade é o caminho que leva à paz duradoura e nos aproxima de Deus, que dá a Sua graça aos humildes.

Aprendamos de Maria tudo o que Ela tem a nos ensinar. Ensinemos os nossos filhos a seguir o Senhor, mostrando o caminho em que devem andar. Apresentemos nossos filhos na casa do Senhor, pois assim, os entregamos aos Seus cuidados e não nos esqueçamos de ensiná-los no santo temor de DEUS.

Rezemos: Mãe Santíssima,
coloco em vossas mãos, com filial confiança, todas as minhas necessidades,
para que, juntamente com São José, sejam apresentadas ao Pai.
Rogo-Vos, em especial, pela graça que agora Vos peço.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.
Amém.

Rita de Sá Freire  
Associada da Academia Marial de Aparecida

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Fontes consultadas:
Homilia Do Papa Bento XVI - Festa da apresentação do Senhor e Dia mundial da vida consagrada
Catequese sobre o Credo - João Paulo II, 11 dezembro de 1996.
Revista Catolicismo, fevereiro de 1992
Bíblia Católica Ave Maria

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