O mês de maio, por tradição, é o mês mariano, dedicado à Mãe de Deus e nossa Mãe. A piedade popular tem por costume realizar a coroação de Nossa Senhora ao longo desse mês ou, sobretudo, no seu encerramento, dia 31, quando se recorda liturgicamente a Visitação de Maria a Isabel. Leia MaisTem criança em casa? Prepare uma coroação à Nossa Senhora
Dessa forma, as comunidades cristãs, cada qual com sua criatividade, cultura e identidade, expressam o seu carinho e louvor à Virgem Santa, realizando a coroação de alguma imagem de Nossa Senhora.
Ainda que os meses de agosto, setembro, outubro e dezembro também contenham um sabor mariano (por ocasião das festas da Assunção, da Natividade, do Rosário, de Nossa Senhora Aparecida e da Imaculada Conceição), maio é, por excelência, o mês mariano para toda a Igreja.
Embora estejamos em pleno outono no Brasil, o mês de maio, para a piedade mariana, tem um caráter muito primaveril: vemos flores ornando os nichos de Nossa Senhora, pétalas de rosas formando como que uma chuva e um tapete coloridos durante as homenagens a Maria, ofertas das mais diversas flores realizadas por devotos e pelas crianças vestidas como anjinhos...
A flor nos recorda, com tom poético, a pureza de Maria, incomparável criatura, preservada sem a mancha do pecado no Jardim do Senhor, a Donzela mais bela do Paraíso Celestial, como recordam algumas imagens medievais.
Na verdade, em tempos antigos, o mês de maio estava ligado a comemorações pagãs relativas à primavera. A partir da Idade Média, essas comemorações dão lugar a homenagens a Maria, que ganham bastante vigor no período barroco.
Ora, em Maria Santíssima, temos a floração da Vida Nova, o Cristo, que nos resgata em seu amor. E os frutos dessa nova floração são aqueles que aderem à sua mensagem libertadora, livres do pecado, da morte, da dor e da injustiça.
O mês de Maria começa com a Festa de São José, a quem o Papa Francisco dedicou este ano. Maria amava seu Esposo, o operário carpinteiro José, e com Ele amou, criou e educou o Filho Jesus. Não foram poucos os desafios, desde uma concepção por obra do Espírito e incompreensível pela lógica humana até a morte e ressurreição do Filho Redentor dos Homens.
Maria de Nazaré, modelo de caridade e solicitude, dedicando toda sua vida ao projeto salvífico do Pai, tornou-se discípula e missionária do Filho amado, sem, contudo, perder aquilo de mais belo e único que o Senhor lhe proporcionou: ouvir o próprio Deus feito homem chamá-la de MÃE.
Sempre virgem e cheia da graça do Espírito, Maria, um dia, adormeceu no Senhor e foi elevada aos céus pelos anjos, porque o Filho não quis ficar distante da Mãe e desejou que o corpo glorioso dela se unisse ao seu nos altos céus – do mesmo jeitinho que será conosco no final dos tempos.
Quando Maria chegou aos céus, houve uma festa muito grande, anjos fazendo-lhe um cortejo e cobrindo-lhe com pétalas e flores das mais belas e cheirosas.
“Ao encontrar a Trindade, Maria foi abraçada como Filha, Mãe e Esposa que era. E pelo Deus Trino coroada como Rainha dos Céus. Parece, agora, que vemos a cena retratada na imagem goiana do Divino Pai Eterno: a Trindade coroando a bela Cordeira, Maria, com uma coroa de doze estrelas e entregando-lhe o Sol como manto para revesti-la e a Lua como escabelo. (Ap 12,1)” Se houvesse sinos e fogos no céu, certamente teriam ecoado fortemente naquele momento! A festa estava plena: a Senhora, cujo coração fora transpassado por uma espada, tinha agora a cabeça anelada por uma coroa cintilante, sinal de vitória e merecimento.
Por isso, coroamos Nossa Senhora, vestimos suas imagens com trajes e atributos da realeza e invocamos Maria como “Rainha” nas orações (“Salve-Rainha”, “Regina Coeli”, “Ave, Rainha do céu” e diversas outras), nas ladainhas e em tantos títulos que lhe foram atribuídos pelo mundo afora (no caso de Aparecida, “Rainha e Padroeira do Brasil”).
E, conforme cantamos naquela música bonita da banda Vida Reluz, “se o Criador te coroou, te coroamos, oh Mãe, NOSSA RAINHA!”
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