Por Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 27 MAR 2019 - 16H39

Maria, Imaculada Mãe de Deus


Celebrando a humanidade redimida

Celebrar a Imaculada Conceição de Maria é acreditar que Deus realiza o seu projeto de ser tudo em todos (Cl 3,11). Como a graça é para todos, ela também foi redimida por obra da graça e da bondade de Deus. Não comeu a fruta do pecado. Maria é a primeira a ser totalmente de Deus. Estamos celebrando um privilégio daquela que foi escolhida para ser Mãe do Filho de Deus. Por isso a chamamos de Mãe de Deus.

Em Maria é cortada a corrente do pecado que infecta a humanidade desde Adão. Todos pecaram em Adão. Mas o dom da graça é superior e tem efeito maior que o pecado, como lemos na carta aos Romanos no capítulo quinto. Deus rompeu com essa corrente ao “dar uma digna habitação para seu Filho” (Oração). O que se realizou em Maria, por graça, é dado a todos. É nossa meta. Por Jesus, nós nos libertamos do pecado. Deus podia fazer assim, quis fazer e fez (Duns Scotus).

Celebrar a Imaculada Conceição de Maria é reconhecer que a ação redentora de Deus vai acontecer para todos A cena da tentação do Paraíso se repete a cada pessoa. Todos podem vencer. Somos predestinados à graça de sermos filhos adotivos. Como Maria tem toda a graça, pela ação do Espírito Santo, gera a Graça, Jesus. Pode continuar gerando em nós o mesmo Jesus na medida em que fazemos a vontade do Pai. Celebrar a Imaculada Conceição de Maria é reconhecer que a ação redentora de Deus vai acontecer para todos, pois já se realizou em totalidade na mulher que escolheu para Mãe de seu Filho. Jesus não nasceu como nós, marcado pelo pecado original, pois sua Mãe não O gerou no pecado de Adão, mas na Graça do Espírito Santo.

A Imaculada Conceição é um dogma

:: Imaculada Conceição de Maria - Dogmas marianos

Maria foi concebida sem o pecado original. Isso é um dogma da fé católica. O que é um dogma? “É uma luz no caminho de nossa fé, que o ilumina e o torna seguro” (Catecismo 88). Os dogmas estão unidos às outras verdades da fé, como uma única verdade que nasce de Cristo que é esta Verdade. Os dogmas fazem parte do conjunto da Revelação Divina. A Igreja não inventa um dogma. Quando uma verdade começa a ser colocada em dúvida, a Igreja reúne os concílios e estuda e define o que é da Verdade. “O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, isto é aos bispos em comunhão como sucessor de Pedro, o bispo de Roma” (Cat 85). Um dogma tem fundamento na Escritura, na Santa Tradição, no ensinamento do Magistério, no ensinamento dos mestres, na Teologia, celebrado na Liturgia e confirmado pela fé do povo. Por isso, o Papa Pio IX, (08.12.54), proclamou o dogma da Imaculada Conceição de Maria.

Cheia de Graça

Se cada um pudesse escolher sua mãe, poria nela tudo que necessitaria para gerar um filho maravilhoso. Foi o que fez Deus Pai ao escolher aquela que seria a Mãe de seu Filho. Por isso, o Anjo Gabriel a chama de Cheia da Graça de Deus. Essa graça é justamente a libertação no momento da concepção de tudo o que o pecado original coloca em nós. Não ficou dispensada de colaborar com a graça para cumprir sua missão. É privilegiada, mas não dispensada de viver a fé e o amor.

Com a Graça recebe todos os dons que ela traz consigo. O Espírito Santo não só gerou Jesus no seio de Maria, como preparou-a a ser totalmente pronta a acolher a semente Divina que foi colocada nela. Cada semente exige uma terra apropriada. Por isso ela é também chamada Esposa do Espírito Santo. O povo cristão, fiel à Palavra de Deus escrita e transmitida, soube honrar Maria com todo o carinho, reconhecendo o que Deus fez nela.


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