Meus irmãos e minhas irmãs. Venho da Amazônia visitar como peregrino a casa da Mãe. Estou imensamente agradecido por esta oportunidade. Trago no coração todos os católicos desta imensa região missionária, que gostariam de estar aqui, e tenho certeza de que uma multidão nos acompanha neste momento pelos meios de comunicação. A todos uma saudação especial. A Amazônia continua a ser lugar de missão e fronteira de Evangelização. Nossa Igreja continua desafiada pelas suas particularidades geográficas, sociais e culturais. Trago comigo a memória de tantos missionários e missionárias que ao longo dos últimos séculos deram e dão a vida pelo Evangelho, servindo a vida ameaçada, anunciando Jesus Cristo, dando testemunho de vida renovada no Espírito, inculturando o Evangelho e edificando a Igreja em comunidades vivas e atuantes, comprometidas de maneira especial com a preservação da natureza, mas também com a organização das populações ribeirinhas e com os povos indígenas. Nesta missão a Mãe de Jesus sempre esteve presente. E com ela a preocupação com o Reino do qual ela é missionária participando na Igreja e com a Igreja da Missão de Jesus.
O Evangelho que foi proclamado neste sexto dia de novena lembra que o Reino de Deus é um Reino de Paz e de Reconciliação. A Paz é sinal e realização do Reino. Jesus é o Príncipe da Paz, porque a estabelece e coloca as suas condições. A Paz acontece quando acontece a redenção e a reconciliação. A Paz é dom de Deus. A vida humana para ser vivida em plenitude necessita da paz, e quando se vive plenamente se promove a paz. Mas a paz é acima de tudo fruto da reconciliação e do perdão. Não há paz sem perdão. O único caminho da paz é o perdão. Ela nunca acontece quando há vencidos e vencedores, quando se usa a força na ilusão de alcançá-la e sobretudo quando se apela a vingança para restaurá-la. Por isso a Paz supera a nossa capacidade e necessitamos do Espírito Santo para chegar a ela.
No Evangelho proclamado Jesus sopra sobre a Igreja reunida e dá o Espírito para que esta Igreja, novo povo de Deus possa perdoar pecados e tornar-se assim instrumento e sinal de reconciliação. Na força do Espírito a Igreja é enviada a exercer a sua missão mais sublime que é a de perdoar os pecados. E Maria estava com eles. João não nos diz isto explicitamente, mas Lucas sim. Nossa Senhora participa desta missão de anunciar o Reino e torná-lo presente pelo perdão. Quem se encontra com Jesus se encontra com sua Mãe, quem recebe o Espírito recebe o mesmo Espírito que gerou Jesus em Maria e que desceu sobre ela quando estava junto com os Apóstolos no Cenáculo. Na história da Missão da Igreja Maria sempre acompanhou os missionários. Quantas vezes a reza do terço foi a meditação que se podia fazer nas longas viagens e visitas pastorais. Quantas vezes o rosário foi a única oração possível na impossibilidade da Eucaristia. Quantas vezes a devoção mariana tornou corações endurecidos pela dor e pela violência misericordiosos, compassivos e reconciliados. Com Maria aprendemos a rezar reconhecendo a ação de Deus na história, sua predileção pelos pequenos e humilhados, sua fidelidade à promessas feitas, e nos comprometemos a caminhar com Deus nos caminhos do mundo. Este santuário na sua grandeza e beleza esconde nas suas entranhas os confessionários, onde a Igreja perdoa, reconcilia, restaura. Quantos de nós viemos aqui para nos confessar e saímos reconciliados, com lágrimas nos olhos por termos restaurado nossa paz interior. Que Maria missionária do Reino proteja os missionários. Que a sua presença materna traga paz para todos e para o Brasil, paz que é sinal do Reino de Deus e sua realização
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