O Evangelho não vê em Maria só a mãe carnal de Jesus. Escolhida por Deus para nos dar o Salvador, ela aceitou e assumiu na função materna todo o Projeto de Salvação e a missão do Verbo. Por sua maternidade e entrega total à Palavra, a Virgem forjou em si a identidade cristã modelar. Sua vida em total referência a Jesus plasmou o discipulado. Moldou o perfil dos seguidores do Filho primogênito e único. Logo, foi e é indispensável à formação original da comunidade. São Paulo escreve que Jesus é imagem do Deus invisível; o primogênito de todas as criaturas e dos mortos. (Col.1,15-18). Isto sugere que a encarnação dele no seio de Maria coloca-nos em relação profunda com ela. Um parentesco além da carne. Na agonia da cruz Jesus confirmou esse parentesco nosso com sua mãe entregando-a ao nosso amor na pessoa do “discípulo amado”. Pouco tempo depois da sua ressurreição formou-se a primeiríssima comunidade cristã. Houve um local de reunião dos Apóstolos e mais discípulos: foi a “sala de cima”, alusão bíblica ao Cenáculo (Atos, 1,13). Sustentados na oração esperavam o cumprimento da promessa do Mestre: o envio do Espírito Santo sobre eles. Nesta comunidade original estava Maria, citada com ênfase nos Atos dos Apóstolos, 1,14, escrito neo-testamentário das origens cristãs. Conclui-se que Nossa Senhora gera e nutre desde os inícios a Igreja do seu Filho.
E a tradição cristã venerou-a não só por deferência e consideração à mãe do Messias. Viu nela a pessoa que cooperou antes e acima de todos os discípulos na missão dele. E lá do céu colabora com amor de mãe na geração e formação espiritual de todos quantos seguem o Filho. Sua presença viva e marcante no Evangelho mobiliza a Igreja a crer em Jesus, viver e testemunhar o seu amor hoje e sempre. A história da Igreja documenta isso: nos Evangelhos, na Tradição cristã, na reflexão constante da doutrina, na prática pastoral e na catequese. Em todos os tempos da história Maria é a personagem ícone, isto é, simboliza o estilo cristão de vida. Ela é a “fôrma original” do ser cristão. Modelo-padrão! Portanto, seu rosto materno é reflexo da face do Deus-humanado. Com o auxílio dela zelaremos por nossa identidade batismal, fiéis à Palavra de Deus nos problemas do mundo. Reunida em Cristo sua comunidade é comunhão vital com Ele e nele, buscando o sentido da existência. A palavra vem do grego: koinonia, ágape! A comunidade formada e movida pelo amor fraterno e não por interesses. Por isso temos o direito de ser bem acolhidos nas paróquias. E temos o dever de nos responsabilizar por elas, com o olhar filial em Maria.
Pe. Antonio Clayton Sant’Anna – CSsR
Diretor da Academia Marial
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