O sentido da declaração que fazemos no Creio é maior do que podemos imaginar ou alimentar na devoção
Profissão de Fé ou Creio é a relação de verdades que Fé que aceitamos. É o Símbolo da Fé. A palavra “símbolo”, pela sua própria definição, identifica “algo que une”, que cria ponte ou que identifica. Assim, o Símbolo da Fé ou a Profissão de Fé, o “Creio”, é nossa identidade perante o mundo.
O chamado “Símbolo dos Apóstolos” ou “Símbolo Apostólico”, o mais breve, tem doze partes. Cada uma delas apresenta um elemento importante da experiência de Fé. O sentido é sempre o de crer. Então é: “Creio em Deus Pai todo-poderoso”; depois “Creio em Jesus Cristo”; “Creio no Espírito Santo”. E por aí vai.
Uma destas partes declara que Jesus Cristo “nasceu da Virgem Maria”. Esta é uma importante afirmação de Fé. Vai além de nossas devoções que tantas vezes desfocam o que é mais importantes para enfocar o que não é tanto. A Virgem Maria, a mulher que Deus escolheu para fecundar e tecer, no interior, o Filho Eterno. Algo maravilhoso e profundo.
Encontramos este elemento tão importante e profundo em alguns textos do Novo Testamento. Primeiro em Gálatas 4,4, onde lemos Paulo declarar: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, NASCIDO DE UMA MULHER, nascido sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E Lucas 2, 7 afirma: …e ela (Maria) deu à luz o seu filho primogênito… É a mulher que dá à luz, segundo Lucas e, em Gálatas, o Filho de Deus é nascido de uma mulher. O acento, a insistência está no fato da humanidade de Jesus. Isto é de fundamental importância, pois se Jesus não é verdadeiramente um ser humano, não há a redenção como nós a professamos.
Em Mateus 1, 20, José, esposo de Maria, é exortado pelo mensageiro de Deus, o anjo do Senhor, a não temer recebe-la pois nela está sendo gerado o Filho do Altíssimo. Ela foi fecundada pelo Espírito Santo. E José deve por o nome neste menino que irá nascer — será chamado Jesus, o que significa “O Senhor salva”. Mateus 1, 25 conclui esta passagem narrando: …não a conheceu até o dia em que ela (Maria) deu à luz um filho. E ele (José) o chamou com o nome de Jesus.
Mais uma vez a insistência no fato da mulher dar à luz. Filiação humana que a história de Israel, o Povo da Promessa reconhece como sendo o Salvador. Isto através de José, quando ele lhe dá o nome, reconhecendo sua identidade: Deus é Salvação.
A Virgindade de Maria, por sua vez, não é simplesmente um elemento físico. Às vezes parece que o acento está na virgindade física como o elemento mais importante da história. E se trava uma batalha sem limites com os que a defendem e os que a questionam em relação à Virgem Maria. Ela é, decididamente, a Virgem que dá à luz o Salvador, cumprindo a profecia de Isaías 7, 14, citada mesmo em Mateus: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão com o nome de Emanuel. E o Evangelho ainda completa: O que traduzido significa “Deus está conosco”.
A Virgindade de Maria não pode existir em si mesma. Ela é em função de Jesus e de ser Ele o Filho Eterno de Deus Pai. Dando à luz a Jesus, o Deus–conosco, ela restabelece a comunhão com o Eterno e facilita a ponte entre Deus e a Humanidade. E isto por ser ela a Virgem que concebe.
Virgem no físico, mas especialmente no coração, na mente, no desejo de servir à Deus e não ser servida por Ele. Talvez seja isto o difícil de entender para alguns que chegam até a desprezar, parece, os textos do Evangelho a respeito de Maria. Se ela não é a virgem que dá à luz o Salvador, então este Menino não é o Salvador.
Se depois ela permaneceu virgem ou não, isto já não importa para nós. O que importa é ser ela a Virgem Maria, Mãe de Deus. A concebida sem pecado e que formou fisicamente a Jesus. Ele é o centro da questão. Por isso se diz que Jesus Cristo “Nasceu da Virgem Maria”. O nascimento é fato e é importante se aconteceu através da mulher escolhida, se foi humano, real. Nasceu da Virgem Maria expressa um acento duplo: o fato do nascimento e o fato de ser um nascimento humano, de ser através da mulher que se chamava Maria.
O Creio, declarado em toda Eucaristia de Domingo e dias festivos, faz a referência à Virgem Maria como a uma fonte onde sempre encontramos água pura e cheia de vida para a nossa própria vida. Mas não é ela a fonte de água e sim Jesus. E mesmo Ele declara: Aquele que crê em mim (…) de seu seio jorrarão rios de água viva (João 7, 37).
A Fé nossa de cada dia se alimenta da Ave Maria como nosso físico se alimenta de oxigênio. Toda vez que a dissermos, não o façamos com distração. Se não for possível dizê-la cinquenta vezes no Terço, façamos apenas dez ou três ou uma vez. Mas a façamos direito. E lembremos que o fruto do seu ventre, o filho Jesus, dá o sentido à sua vida e à sua história. Bem como à nossa.
Fonte: https://mauronegro.wordpress.com/2013/12/23/nasceu-da-virgem-maria/
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