A memória de Nossa Senhora do Rosário deriva da festa de Santa Maria da Vitória, instituída por São Pio V depois da vitória dos cristãos em Lepanto.
Lepanto era uma cidade da Grécia, que contava com um importante porto junto ao Golfo de Corinto. Nela se travou a famosa batalha naval em que a esquadra cristã comandada por João da Áustria derrotou os turcos muçulmanos. A vitória foi obtida em 7 de outubro de 1571, impedindo, assim, a grande expansão do império turco.
Todo ano, no dia 7 de outubro, os cristãos celebram a memória de Nossa Senhora do Rosário, que já faz parte do calendário litúrgico da Igreja. O Papa Pio V convocou toda a Igreja para que recitasse o Rosário pela vitória dos cristãos. Para comemorar tal vitória, o então pontífice instituiu a festa, inicialmente chamada de Santa Maria da Vitória.
Em 1573, o Papa Gregório XIII tornou a festa mariana obrigatória para a diocese de Roma e para as Confrarias do Santo Rosário, sob o título de Santíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria.
Em 1716, o Papa Clemente XI inscreveu a festa no calendário romano, estendendo-se para toda a Igreja. A celebração ocorria em datas diferentes, conforme os costumes locais. O Papa Leão XIII inscreveu a invocação “Rainha do Sacratíssimo Rosário” na Ladainha Lauretana, em 10 de dezembro de 1883.
Em 1913, o Papa Pio X fixou a data da celebração da festa em 7 de outubro.
UM TÍTULO ORACIONAL
Com piedade, os cristãos festejam e cultuam Nossa Senhora do Rosário. Esse título refere-se a uma das orações mais caras do cristianismo: o Rosário. Meditando o significado do título mariano na Ladainha, Ives Gandra da Silva Martins, jurista brasileiro, dá um belo testemunho espiritual, dirigindo assim à Mãe de Jesus:
A saudação angélica, que constitui a primeira parte da oração da Ave-Maria, era conhecida pelos cristãos já antes do século XII, pois se encontra no texto da Bíblia (Lc 1,28.42). Até o século VII, era antífona ofertorial do quarto domingo do tempo do advento, marcado por especial acento mariano.
Em sua representação iconográfica, Nossa Senhora do Rosário retrata a Virgem Maria geralmente sentada, com o menino Jesus sobre o seu joelho esquerdo e segurando com a mão direita um rosário. Já algumas imagens representam a Mãe de Jesus dando o rosário a São Domingos.
Outras imagens ainda apresentam Maria entregando o rosário a São Domingos e Santa Catarina recebendo outro rosário do menino Jesus. Às vezes, as figuras dos santos podem também aparecer invertidas, ou seja, mudando de lado.
::O rosário, uma oração evangélica e missionária::
ORAÇÃO DA IGREJA
O Rosário tem origem antiga. É uma palavra proveniente do latim “rosariu”, que significa “coroa de rosas”. Na Idade Média, os vassalos tinham o costume de oferecer a seus soberanos coroas de flores, em sinal de submissão e de respeito. Os cristãos adotaram este uso em honra da Mãe de Jesus, oferecendo-lhe, com o Rosário, sua homenagem e respeito. A história do Rosário remonta à piedade mariana medieval, que consagra uma longa evolução da devoção para com a Mãe de Jesus. No início do século XII, propagou-se a prática da recitação da Ave-Maria no nosso Ocidente.
O costume de rezar cento e cinquenta Ave-Marias iniciou nos mosteiros da Europa, onde os religiosos reuniam-se várias vezes por dia para recitar os salmos da Bíblia. Havia monges analfabetos ou de pouco estudo. Por isso, em vez de pronunciar os salmos, eles rezavam as cento e cinquenta Ave-Marias, divididas em três grupos de cinquenta.
No século XV, são introduzidos na oração da Ave-Maria o nome de Jesus e o Amém final. Em 1483, difundiu-se a segunda parte da Ave-Maria, agregada à primeira parte desta prece mariana.
Já no século XIV, o monge cartuxo Henrique de Kalkar dividiu as cento e cinquenta Ave-Marias em quinze dezenas. Em cada dezena inseriu-se a oração do Pai-Nosso.
São Domingos (1170-1221) e seus frades pregadores difundiram bastante a devoção mariana. As confrarias marianas fundadas por São Pero de Verona, grande seguidor de São Domingos, contribuíram muito para a propagação da piedade para com a Virgem Maria.
A partir do século XV, os cristãos começaram a meditar em cada dezena do Rosário algum episódio da vida de Jesus Cristo, os mistérios. Entre os anos 1410 e 1439, Domingos da Prússia, monge cartuxo de Colônia, propunha a cada Ave-Maria um texto bíblico referente ao acontecimento salvífico, sob a forma de refrão.
Continuando a obra de Domingos da Prússia, em 1470 o frade dominicano Alano de La Roche colocou, as meditações no Rosário, que eram feitas junto às Ave-Marias. Com o tempo, foram reduzidas para cada dezena.
Em 1521, o também frade dominicano Alberto Castelo simplificou a estrutura do Rosário, estabelecendo apenas quinze mistérios para a oração e meditação dos devotos de Nossa Senhora. As confrarias marianas, que estavam espelhadas pela Europa toda, encarregaram-se em rezar e difundir tal devoção mariana.
Mesmo com o clima antirreligioso e anti-mariano que se experimentou com o surgimento de movimentos humanistas e modernos, o Rosário foi se afirmando na piedade popular e eclesial, de tal modo que diversos escritores, dos mais diferentes matizes, passaram a considerar e aprofundar tal forma de espiritualidade mariana.
Paulatinamente, o Rosário tornou-se uma oração de toda a Igreja. Desde as pequenas paróquias até as grandes catedrais, tal devoção atingiu as diversas esferas e regiões do povo cristão. Passou a ser rezado por pessoas simples e cultas, ricos e pobres, gente da roça e da cidade, de todas as categorias, idades, profissões e condições culturais.
::O Segredo Admirável do Rosário::
Desde sua origem até nossos dias, o Rosário vem sendo rezado pelos cristãos, que, através desta devoção, manifestam seu desvelo pela Virgem Maria. Tal oração tem fortalecido e garantido a fé dos cristãos nas mais diferentes épocas e culturas. Já dizia Leão XIII que “o cristão acha no Rosário meios abundantes para alimentá-la e fortalecê-la”.
O Rosário ajuda os cristãos a aprofundarem sua fé dentro dos parâmetros bíblicos. Constitui uma belíssima síntese do Evangelho. Isso porque rezar o Rosário “é ‘passear pelo Evangelho’ em união com Maria Santíssima. É contemplar os mistérios fundamentais da história da salvação com seu olhar” (Dom Murilo S. R. Krieger, bispo e escritor).
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