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Os Papas e a Virgem Maria

Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R. (Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.)

Escrito por Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.

01 FEV 2017 - 10H48 (Atualizada em 28 NOV 2023 - 15H06)

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Ao longo dos séculos, muitos Papas deixaram-nos testemunhos preciosos acerca do mistério de Maria, a Virgem Santíssima.

Seus pronunciamentos são importantes, porque o Sumo Pontífice, sucessor de São Pedro, constitui o pastor supremo da Igreja, sendo a cabeça do Colégio dos Bispos.

Papa Inocêncio III

Inocêncio III (1198-1216) aprovou e animou as novas ordens dos mendicantes, as quais foram grandes incentivadoras da autêntica devoção mariana. Em 1215, realizou o IV Concílio de Latrão, o mais brilhante da Idade Média pelo número de participantes e pela importância das decisões emanadas.

O Papa afirmava: 

“Maria é lua da noite, aurora da manhã, sol do dia.”

Paulo IV 

Paulo IV (1555-1559) empenhou-se seriamente na reforma da Igreja. Proclamou que Maria, a Mãe de Deus, permaneceu sempre virgem.

Dizia textualmente que ela é virgem “antes do parto, no parto e perpetuamente depois do parto”.

Pio IX

Pio IX (1846-1878) promoveu o Concílio Vaticano I, no qual houve o estabelecimento da infalibilidade do papa. Proclamou o dogma da Imaculada Conceição aos 8 de dezembro de 1854.

Na Bula Ineffabilis Deus declarou: 

“A Bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, por um privilégio e uma graça única de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original.”

Isso prova que a Igreja Católica pôs sempre e, com razão, a sua confiança na Mãe de Deus. Com efeito, a Virgem Santíssima, escolhida para Mãe de Deus, e por esse mesmo fato associada a Ele na obra da redenção do gênero humano

Leão XIII 

Leão XIII (1878-1903), memorável autor da Encíclica social “Rerum Novarum”, fomentou os estudos e a união das Igrejas. Enfatizou a assistência e a intercessão de Nossa Senhora.

Declarou: 

“Foi sempre com grande empenho que os católicos se refugiaram em Maria e se entregaram à sua bondade maternal nos tempos perturbados e nas horas de perigo. Isso prova que a Igreja Católica pôs sempre e, com razão, a sua confiança na Mãe de Deus. Com efeito, a Virgem Santíssima, escolhida para Mãe de Deus, e por esse mesmo fato associada a Ele na obra da redenção do gênero humano, goza junto de seu Filho favor e poder tais, que nunca os homens nem os anjos poderão atingir. Porque lhe é soberanamente grato conceder o seu socorro e assistência aos que lhes pedem, não se pode duvidar que ela não se apresse a satisfazer as súplicas que a Igreja em todo mundo lhe dirija.”

São Pio X 

São Pio X (1903-1914) realizou várias reformas na liturgia. Ressaltou a maternidade espiritual de Nossa Senhora.

Asseverou: 

“Ora, a Virgem Santíssima não concebeu o Filho de Deus somente para ele se fazer homem, assumindo dela a natureza humana, mas também para ser por meio desta natureza, o libertador dos homens. Por isso, todos nós somos filhos de Maria, e Maria é Mãe de todos. Mãe espiritual, sim, mas verdadeira, dos membros de Cristo, que somos nós.”

Bento XV 
Bento XV (1914-1922) fez um imenso e imemorável trabalho em favor da paz e do socorro aos que sofriam durante a 1ª Guerra Mundial. Afirmou a colaboração de
Nossa Senhora na redenção do gênero humano. Disse: 

“Com seu Filho, paciente e moribundo, padeceu Maria, e pode-se dizer que quase morreu... de tal modo que com razão temos de confessar que com Ele redimiu o gênero humano.”

Pio XII

Pio XII (1939-1958), sábio e inteligente, teve grande ascendência em todo mundo. Dirigiu numerosíssimas mensagens escritas e radiofônicas. No dia 1º de novembro de 1950 pronunciou a definição dogmática da Assunção de Nossa Senhora.

Na Constituição Apostólica “Munificentíssimus Deus” declarou: 

“A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, ao final de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celeste.”

João XXIII 

João XXIII (1958-1963) fez a convocação do Concílio Vaticano II, que começou em 1962.

No dia 8 de dezembro de 1960 pronunciou belíssima mensagem mariana

“Ó Maria Imaculada, estrela da manhã que dissipa as trevas da noite, a vós recorremos com grande confiança. Dai-nos uma vida pura, preparai-nos um caminho seguro. Afastai do nosso caminho as numerosas tentações do prazer mundano da vida: dai força não só à juventude, mas também a todas as idades, igualmente expostas à tentação do maligno.”

Paulo VI 

Concluindo o Concílio Vaticano II em 1965, Paulo VI (1963-1978) procurou implantar as decisões tomadas, buscando sempre a unidade da Igreja. Iniciou viagens apostólicas por todo o mundo, começando por Jerusalém. Declarou Maria Mãe da Igreja. Orientou a devoção mariana com a Exortação Apostólica 'O Culto da Virgem Maria'.

Dizia: 

“Maria é sempre o caminho que conduz a Cristo. Todo o encontro com ela não pode deixar de levar a um encontro com o próprio Cristo. E que outra coisa significa o contínuo recurso a Maria senão a certeza de encontrar entre os seus braços, nela, por ela e com ela, a Cristo nosso Salvador, a quem os homens, nos desalentos e perigos desta terra, têm o dever e experimentam sem cessar a necessidade de dirigir-se, como o porto de salvação e fonte transcendente de vida?”

Papa João Paulo I

João Paulo I (1978), conhecido como o “Papa do Sorriso”, morreu aos 33 dias de sua eleição. Sua frase, “Deus é Pai e Mãe”, encantou o mundo.

No domingo do dia 3 de setembro de 1978 deu impressionante testemunho de sua devoção mariana: 

“A Virgem Santíssima que guiou com delicada ternura a nossa vida de criança, de seminarista, de sacerdote e de bispo, continue a iluminar e dirigir os nossos passos, para que, feito voz de Pedro, com os olhos e a mente fixos no seu Filho Jesus, proclamemos no mundo, com jubilosa firmeza, a nossa profissão de fé: ‘Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo’ (Mt 16,16).”

João Paulo II

João Paulo II promovia a devoção mariana, seja em suas alocuções e mensagens, seja em suas visitas aos diversos países. Aos 25 de março de 1987, João Paulo II propôs a Carta Encíclica “Redemptoris Mater”, que trata do papel da Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho.

Insere Maria no mistério de Cristo e na vida do povo de Deus. No dia primeiro de janeiro do mesmo ano, conferiu oficialmente um belo título a Nossa Senhora: Memória da Igreja. O povo de Deus aprende da Mãe de Jesus a conservar e meditar no coração os mistérios da fé cristã. Aos 16 de outubro 2002, ele publicou a Carta “Rosarium Virginis Mariae”, orientando a prática do Rosário.

Fiéis à tradição da Igreja, os papas, em suas mensagens, explicitam as verdades precípuas a respeito de Nossa Senhora. Mostram que ela teve e continua a ter um papel fundamental na história da salvação. Buscam promover e orientar o povo para que possa adquirir uma devoção profunda e autêntica. Os cristãos podem contar com assistência e intercessão da Mãe da Igreja.

Bento XVI e Francisco

O Papa Bento XVI deixou claro no início de seu pontificado que não desejava fazer a suas próprias vontades e seguir a sua razão, mas sim fazer a vontade de Deus. Pode-se afirmar que desse modo, assim como Nossa Senhora disse sim prontamente a Deus, Bento XVI assumiu o seu chamado.

Repleto de devoção à Virgem Maria, disse certa vez:

“A doutrina da Imaculada Conceição de Maria exprime a certeza de fé que as promessas de Deus foram realizadas: a sua aliança não falha, mas produziu uma raiz santa, da qual brota o Fruto bendito de todo o universo, Jesus, o Salvador. A Imaculada está a demonstrar que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa”

Já o Papa Francisco sempre recomenda a Oração do Terço para todos os momentos da nossa vida e possui uma devoção pessoal à Nossa Senhora Desatadora dos nós.

Na época do conclave, que o tornou o atual Papa da Igreja, Francisco rezava o Santo Terço para que a paz reinasse em seu coração. Quando eleito, confiou o seu pontificado à Virgem Maria.

“a recitação do Rosário é a oração mais bela que podemos oferecer à Virgem Maria; é uma contemplação das etapas da vida de Jesus Salvador com a sua Mãe Maria e é uma arma que nos protege dos males e das tentações”

É visto também, em muitas ocasiões, rezando na basílica de Santa Maria Maior diante do ícone da Salus Populi Romani.


Escrito por:
Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R. (Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.)
Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, formado em filosofia e teologia. Atuou como formador, trabalhou no Santuário Nacional, onde foi diretor da Academia Marial.

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