A maternidade divina da Virgem é um dado real da nossa salvação. Ser a mãe do Salvador originou nela um vínculo necessário com toda a humanidade redimida só por seu Filho. Maria é a nossa Mãe espiritual, primeiro porque, entregando-se a Deus na acolhida humilde e total à sua Palavra, colaborou para recuperar nossa comunhão com Ele.
Sob a ação do Espírito Santo, ofereceu o seio virginal para a concepção do Cristo, cabeça da Igreja, da qual ela foi e é o primeiro membro. Logo, participou do mistério pascal antes de todos nós e de um modo inigualável. Assim é apropriado chamá-la: “a mulher do 3º dia”, ou seja, o dia da Páscoa! Após a morte e ressurreição de Jesus, reunia-se a primeira comunidade em oração à espera do Espírito Santo prometido pelo Senhor. Ela, Maria, personificava a expectativa do grupo.
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Em Pentecostes, apóstolos e discípulos aguardavam com Maria a vinda do mesmo Espírito, do qual Ela fora o santuário na Anunciação (Lc 1, 35). Na condição de mãe e discípula, Ela acalentou com maternal carinho as demais pessoas do pequeno grupo de Jesus.
Recolhidos e ocultos na sala do Cenáculo, esperavam o que iria acontecer. Tinham medo, incertezas e vacilações. Ela rezava com eles, repassando-lhes conforto, dando-lhes o seu testemunho pessoal, comunicando a coragem para abrirem as portas e começarem a ser a “igreja em saída”, em partida para anunciar a Boa Notícia.
Pentecostes assinala esse momento da ação divina extraordinária, após Jesus ressuscitado deixar a convivência com eles. O Espírito Santo fortaleceu e transformou aquele frágil grupo. Ficaram todos intimamente possuídos pela força do alto! Nascia a Igreja! E nela até hoje a espiritualidade mariana mostra-se na devoção, e na reflexão e em quem se deixa guiar pelo Espírito como Maria.
O Espírito Santo conferiu a Maria um papel eclesial substancial e integrador. Os estudiosos falam de um princípio mariano da Igreja. Por isso, a Bíblia, a Tradição e a História veem em Maria aquela pessoa que sustentou o medroso grupo inicial dos discípulos após a ressurreição do Senhor. (Atos 1, 12-14). Ela estreava lá no coração da comunidade cristã, em gestação entre o medo e a esperança. Lá ela exercia sua maternidade espiritual confortando Pedro, os outros e incentivando as mulheres seguidoras a confiarem e abraçarem a missão do Filho.
A mulher do Calvário comunicava ao grupo a sua fortaleza d’alma e, ao mesmo tempo, tornava-se o ícone da Igreja na transição da fé em Jesus, ausente na carne para a presença do Espírito em seu nome. Com os irmãos dos primeiros séculos, nós cremos que a Virgem forma Jesus em nós! Junto dele no céu, Ela continua sua missão para a humanidade em todos os tempos. "Não há Igreja sem Pentecostes. Não há Pentecostes sem a Virgem Maria". (Papa Bento XVI).
Padre Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R.
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