Desde os tempos mais remotos, o povo invoca Maria como Rainha, e todos assim o faz em respeito a participação e interação entre Mãe e Filho. O desenvolvimento da doutrina da Realeza de Maria culminou com a publicação da Carta Encíclica “Ad caeli Reginam” (1954), pelo papa Pio XII, que delimitou o assunto. Até então, haviam considerações dispersas; porém, o romano Pontífice as compilou e formulou um documento magisterial acerca dessa doutrina.
Com esta Encíclica, o papa Pio XII, instituía solenemente a festa de Maria Rainha do Universo, inicialmente a ser celebrada em 31 de maio. Com a reforma do calendário litúrgico romano, o Papa Paulo VI transferiu a memória da festa para 22 de agosto, durante a comemoração da oitava da solenidade da Assunção de Maria (15 de agosto), criando assim um paralelo entre ambas as celebrações, conferindo-lhes um caráter escatológico.
A Realeza de Maria ficou notória entre os escritores clássicos, que em suas obras a invocaram como “Regina Caeli”, título que alude a uma antiga antífona mariana do século X. Tal nomenclatura nos remete à oração da Salve Regina, formulada no século XI. Já a antífona “Ave, Rainha dos céus” pertence ao século XII; e as treze invocações de Maria como Rainha, presente na ladainha lauretana, começaram a ser formuladas a partir do século XIII.
A doutrina da Realeza de Maria pertence à mais antiga Tradição da Igreja, um legado que foi sendo enriquecido, ao longo dos séculos, pelos pontífices. Deve-se ter claro que, a Realeza de Maria, pertence a uma dimensão escatológica, a ordem da graça e, assim sendo, possui caráter soteriológico (salvação) e está analogamente ligada a parusia (volta) de Cristo, porque implica questões da vida futura. No Brasil, desde os primórdios do catolicismo, tem-se o costume de coroar as imagens sacras da Virgem. Em 1904, por legado pontifício, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi coroada Rainha do Brasil. Essa prática tão antiga, recorda-nos a devoção do povo, que vê em Maria, o início do Reino, anunciado por Jesus.
Fonte: Encíclica Ad caeli Reginam
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