A solenidade da Assunção nos ajuda a pensar em viver como Maria:
na intensa comunhão com Deus e na presença de seu Filho.
O dia da Assunção de Maria é muito especial. Na realidade deve ser a mais importante das festividades marianas, pois celebra um fato teológico marcante. Veja bem que este dia não recorda apenas o fato histórico da morte de Maria. Ele recorda e celebra a Ressurreição de Maria. Isto pode parecer estranho de ser dito, mas é isso mesmo.
Primeiro, vejamos que faz parte da vida de todo ser humano a morte. Todos morremos, como afirma a carta aos Hebreus, capítulo nove, versículo 27. Então Maria, como ser humano, também morreu. Terminou as funções de seu organismo e ela expirou. Jesus morreu, ele que era o Filho do Altíssimo. Como Maria não morreria?
O problema em entender tudo isso está na expressão “assunção”, que é semelhante a “ascensão” e que tem o mesmo sentido: subir, ir para cima. É certo que a situação de Maria, na expressão “assunção”, indica que alguém a elevou. Certamente foi o Pai e o Filho que a elevaram ao Céu. Mas aqui está o caso. A ideia antiga de que o céu, o firmamento, é a morada de Deus, já é ultrapassada por nós. Embora ainda nos refiramos ao céu, ao alto como lugar onde está Deus, isto é apenas uma força de expressão. Aliás, uma poderosa força de expressão.
Então quando dizemos que Maria foi elevada ao Céu, que foi “assunta”, dissemos que ela foi para Deus, entrou na comunhão de Deus. Se foi “para cima” ou para outro lado, isto não importa. É uma expressão que indica uma verdade de Fé. E esta verdade não termina aqui. A questão que pode complicar mais para os fiéis é a da morte física de Maria.
A tradição da Igreja, inclusive nas Igrejas Orientais, chama este dia de “Dormição” de Maria. Isto é claramente a indicação de que ela “dormiu”. E junto a isso há a afirmação de que ele, Maria, está em corpo e alma. Isto tudo causa a ideia que ela não faleceu. Não é isso! É algo muito maior.
Vamos por partes para melhor compreender uma verdade de Fé muito importante. Já vimos a imagem de subir: é ir para Deus. Ora, vai para Deus, desta forma, quem falece. Se Jesus faleceu, embora fosse o Filho do Eterno, então por que Maria, um ser humano, não faleceria?
Assim está Maria. A Igreja declara que Maria é a primeira a encontrar esta situação de totalidade de pessoa e vida pois ela é a Mãe do Filho do Altíssimo. Por isso e pela integridade de sua vida, pela sua existência imaculada, ela está, já, ressuscitada, como afirmamos acima.
E a questão da “dormição” de Maria é uma piedosa tradição. É certo que, ainda hoje, quando alguém falece na tranquilidade, se diz que “adormeceu”. A expressão “dormir” ou “adormecer” em Cristo é muito utilizada no Cristianismo. Na realidade, a morte, para os Cristãos na antiguidade, mesmo quando era violenta, como durante as perseguições, era afirmada como “adormecer” em Cristo.
Maria seria a que adormeceu em Cristo, seu Filho e Filho do Pai altíssimo. E já foi ressuscitada, o que nós ainda estamos esperando que deve acontecer no final dos tempos. Se é certo que todos viveremos isso, é também certo que está longe de nosso tempo e de nossas preocupações imediata. Estamos no tempo do testemunho e da vida: o tempo de, como Maria, crer verdadeiramente. Que ela nos ajude a isso.
Pe. Mauro Negro, OSJ
Professor de Teologia Bíblica - PUC São Paulo
Membro da Academia Marial
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