Um minuto com Maria: O Magnificat

O Magnificat, longe de ser uma projeção exclusiva sobre Maria, nos conduz, com Ela, num raio luminoso da história da salvação e nos faz descobrir a nossa vocação; ao mesmo tempo que damos graças a Deus pelo apelo que Ela recebeu e a graça que lhe foi concedida, a Ela, por nós. Leia MaisDogmas Marianos: Maria Mãe de Deus

Quando Maria pronunciou essas palavras, ela carregava Jesus no seu ventre.

O relato da Visitação é esse extraordinário diálogo sem palavras de duas crianças no ventre de suas mães, crianças-profetas que estremeceram de alegria, uma em relação à outra.

O Magnificat propõe à nossa meditação e à nossa adoração o mais extremo realismo da Encarnação, em sua condição mais secreta e mais frágil.

Ele nos coloca diante da realidade carnal, humana do Verbo de Deus feito homem: Deus mesmo quer se fazer presente entre nós, naquela que, nesse momento preciso da história da salvação, é “a Morada de Deus entre os homens” (Ap 21,03), e figura da Igreja.

Jean Marie, Cardeal Lustiger

"Minha alma engrandece o Senhor; meu espírito exulta em Deus meu Salvador”. 

O primeiro significado dessas palavras é certamente o de confessar os dons que Deus concedeu especialmente a Maria; mas depois ela relembra os benefícios universais com que Deus nunca deixa de beneficiar a raça humana. 

A alma glorifica o Senhor quando consagra todos os seus poderes interiores a louvar e a servir a Deus (...). O espírito exulta em Deus seu Salvador, quando põe toda a sua alegria em lembrar-se do seu Criador de quem espera a salvação eterna.

Estas palavras, certamente, exprimem exatamente o que pensam todos os santos, mas convinha, particularmente que fossem pronunciadas pela Bem Aventurada Mãe de Deus que, cheia de um privilégio único, ardia num amor espiritual por Aquele que ela tivera a alegria de conceber em sua carne.

São Beda, o Venerável - Lecionário Monástico de Solesmes para a Visitação.
Homilia do Tempo Pascal, p. 1041-1043. Éditions du Cerf, Paris