A Virgem Santíssima – disse Irmã Catarina – baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: "Este globo que vês representa o mundo inteiro (…) e cada pessoa em particular… Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem".
Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras, que cercavam a mesma Senhora: "Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS".
Ouvi, então, uma voz que me dizia:
“Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança”.
Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.
Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à Palavra de Deus a Eva, depois do pecado: “Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15)
A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
Leia MaisA mensagem da Medalha MilagrosaO Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de “Medalha Milagrosa”, ou “Medalha de Nossa Senhora das Graças”.
A conclusão do inquérito foi a seguinte: “A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha”. A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina. Em 1836, só o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças.
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Irmã Catarina ouvido, no princípio da visão, as palavras: “Estes raios são o símbolo das ‘Graças’ que Maria Santíssima alcança para os homens”.
Santa Catarina Labouré
Foi canonizada pelo papa Pio XII na Basílica de São Pedro em Roma. Chamada a Santa do Silêncio, Irmã Catarina faleceu em 31 dezembro de 1876 e foi enterrada no mesmo lugar das aparições em uma cripta preparado para esta finalidade.
Santa Catarina jamais violou o segredo acerca de sua condição de vidente e mensageira das aparições da Medalha Milagrosa. Contudo, muitas pessoas chegaram a vislumbrar nela a predileta da Rainha do Céu, tal era seu amor a Deus, não só afetivo, pois inegável era sua ardorosa piedade, mas também efetivo, como o testemunhou uma de suas contemporâneas:. "Suas ações, em si mesmas ordinárias, ela as fazia de maneira extraordinária". Havia nela algo de discreto e inefável.
Sua santidade era a principal mantenedora do segredo. Às irmãs que ousaram interpelá-la nesse sentido, sua resposta consistiu sempre num absoluto silêncio. Um silêncio nascido da humildade, sem nada de taciturno nem de ríspido; pelo contrário, um silêncio sacral, que chegava a despertar veneração.
Quando, após sua morte, foi anunciado às Filhas da Caridade o nome da vidente da Rue du Bac, tiveram elas uma reação marcada mais pela admiração do que pela surpresa. Não era difícil associar a exemplar irmã à figura – já um tanto mitificada – da vidente ignota. E era impossível não ficarem deslumbradas ao constatar a excelência de sua humildade, que a mantivera no anonimato, embora exercendo uma missão de alcance universal.
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