A origem da devota imagem de Nossa Senhora da Saúde remonta aos primeiros tempos da conquista do México pelos espanhóis, sendo bem notável a fabricação da referida imagem e o material nela empregado.
Os índios tarascos costumavam, quando ainda gentios, modelar os simulacros de suas falsas divindades com uma pasta composta da medula do talo do milho, perfeitamente seca e moída, misturada com os falsos bulbos de uma planta epífita chamada, em seu idioma, tatzingueni. Essa mistura, nas proporções devidas, produzia uma massa bastante manipulável, e com ela modelavam as figuras.
Quem ensinou aos tarascos a aplicação da pasta de milho à estatuária foi Matias de la Cerda, o mais famoso escultor que da Europa veio para a América. Com o mesmo material, mais tarde os índios de Patzcuaro, sob a direção de dom Vasco de Guiroga, primeiro bispo de Michoacán, esculpiram a venerada imagem de Nossa Senhora da Saúde, provavelmente no ano de 1538.
A imagem foi colocada em modestíssimo altar do hospital que dom Vasco erigiu em Patzcuaro sob a invocação de Santa Maria. Assim ficaram os enfermos e desvalidos da raça indígena recomendados ao patrocínio daquela que é o consolo dos aflitos, e logo começou a Santíssima Virgem, por meio da santa imagem, a derramar tantas graças e benefícios sobre quantos a ela recorriam, que sua fama se estendeu pela comarca inteira, de modo que lhe deram o título de Saúde dos enfermos ou Nossa Senhora da Saúde.
Em 08 de dezembro de 1717 foi consagrado seu santuário, celebrando-se a dedicação com grande pompa, espaço de oito dias. Em 1890, o santuário foi remodelado e dotado de um novo altar para a milagrosa imagem, solenemente coroada em 08 de dezembro de 1899, em meio a grandes e suntuosas festas.
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