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Depois de oito anos de pontificado, aos 85 anos de idade, renunciou por não ter mais forças para exercer seu ministério.
Com esse gesto, saiu de cena, deixando uma mensagem de coragem e humildade para todo o mundo.
NOME DE NASCIMENTO
Joseph Aloisius Ratzinger
LOCAL DE NASCIMENTO
Marktl am Inn (Baviera)
Joseph Aloisius Ratzinger nasceu no dia 16 de Abril de 1927, um sábado santo, em Marktl am Inn, na Alemanha, sendo batizado no mesmo dia do seu nascimento. Filho de Joseph e Maria, teve dois irmãos mais velhos, Georg e Maria.
O pai, comissário da polícia de uma família de agricultores da Baixa Baviera, possuía condições econômicas modestas e a mãe, filha de artesãos de Rimsting, antes de se casar trabalhou como cozinheira.
O pequeno Joseph passou a infância e adolescência em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria.
A juventude não foi uma época fácil para ele. Viveu durante o período nazista e sua família o educara rigidamente para enfrentar essa dura realidade.
Os nazistas mantinham uma postura bastante hostil contra a Igreja Católica naquela época.
O jovem Joseph ainda presenciou um momento horrível em sua vida, quando os nazistas açoitaram o seu pároco antes da celebração da Santa Missa.
Essa árdua experiência o faz descobrir a beleza e a verdade da fé em Cristo.
Joseph guardara em sua memória o testemunho de fé, de bondade e de esperança de sua família nesse obscuro período da história da humanidade.
Aos 12 anos, fez a sua primeira experiência em um seminário, dando o primeiro passo em direção à sua vocação.
Aos 16 anos, Joseph foi chamado para servir seu país na infantaria alemã, numa bateria antiaérea. Depois de alguns contratempos após a guerra, voltou para casa e, junto com seu irmão Georg, foi, finalmente, continuar seus estudos no seminário, em Friesing.
Recebeu a ordenação sacerdotal no dia 29 de junho de 1951. Logo depois, começou a lecionar na Escola Superior de Freising.
Mais adiante, em 1953, formou-se doutor em Teologia com a tese: ‘Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho’.
Joseph Ratzinger assumiu a função de presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, de 1986 a 1992.
Ele foi o grande responsável por apresentar ao Santo Padre um Catecismo atualizado.
Aos 50 anos, merecedor da atenção do Papa Paulo VI, foi nomeado Arcebispo de Munique e Freising, no dia 25 de março de 1977.
Joseph foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolhe como seu lema episcopal: ‘Colaborador da Verdade’.
O Arcebispo Joseph Ratzinger foi criado cardeal com o título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório do dia 27 de Junho de 1977, presidido pelo Papa Paulo VI.
Participou no Conclave que elegeu João Paulo I. Tempos depois, foi nomeado enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional, em Guayaquil, no Equador.
No mesmo ano, com a morte do Papa João Paulo I, em outubro, participou também do Conclave que elegeu João Paulo II.
Nesse ano, o Papa João Paulo II nomeou o Cardeal Ratzinger Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional.
Diante dessas nomeações, no dia 15 de Fevereiro de 1982, Ratzinger renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de Munique e Freising.
João Paulo II elevou o Cardeal Ratzinger à Ordem dos Bispos, a maior entre as três ordens cardeais da Igreja, e atribuiu-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, uma das sete dioceses em torno de Roma, em 5 de Abril de 1993.
Eleito vice-decano do Colégio Cardinalício.
Nomeado enviado especial do Papa às celebrações do XII Centenário da criação da Diocese de Paderborn, Alemanha.
Na Cúria Romana, foi membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica e das Comissões Pontifícias para a América Latina, ‘Ecclesia Dei’, para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canônico e para a revisão do Código de Direito Canônico Oriental.
Como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, aprovou o documento “Memória e Reconciliação: A Igreja e as culpas do passado”, da Comissão Teológica Internacional que acompanhou o pedido de Perdão do Papa João Paulo II no Jubileu do ano 2000.
Nesse ano, tornou-se ainda membro honorário da Academia de Ciências do Vaticano.
No dia 30 de novembro de 2002, foi eleito decano pelo Papa João Paulo II.
O decano é o presidente do Colégio Cardinalício e representa uma figura importante para a Igreja durante o período de vacância da Santa Sé.
É ele quem convoca e preside o Conclave que elegerá o novo Papa, e também aquele que comunica oficialmente os organismos da Santa Sé e chefes de Estado do falecimento do Papa.
Ainda como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, recebeu do Papa João Paulo II uma carta pedindo a elaboração do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, para oferecer uma síntese do que é essencial e fundamental da fé e da moral católicas.
Depois da morte de João Paulo II, em 2005, como decano do Colégio Cardinalício, comanda a missa fúnebre com um sermão inspirado nas palavras de Cristo: “Sigam-me”.
No dia 19 de abril de 2005, aos 78 anos, o cardeal Joseph Ratzinger foi eleito Papa da Igreja Católica, assumindo o nome de Bento XVI.
Ao iniciar o seu pontificado, Bento XVI recordou o exemplo do amigo Papa João Paulo II e a missão do Papa enquanto pastor da Igreja e pescador de homens.
Em seu discurso, frisou que, na missão de pescador de homens e no seguimento de Cristo, se faz necessário conduzir os homens das alienações à terra da vida, rumo à luz de Deus.
“É precisamente assim:
nós existimos para mostrar Deus aos homens.
E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a vida”.
Viajou para Colônia, na Alemanha, por ocasião da 20ª Jornada Mundial da Juventude, de 18 a 21 de agosto de 2005.
No dia 21 de agosto daquele ano, cerca de um milhão de pessoas acompanham a Missa que presidiu na Esplanada de Marienfeld.
Por ocasião de sua visita à Polônia, em 2006, Bento XVI visitou no dia 28 de maio o campo de concentração de Auschwitz. Ali, rezou diante das 22 lápides que lembram, em várias línguas, todas as vítimas da alienação nazista.
Esta foi a terceira vez que Ratzinger visitou Auschwitz: esteve em 1979, com João Paulo II, e no ano seguinte (1980) com os bispos alemães.
Em seu discurso, disse que era muito difícil para ele, como alemão e como Papa, falar nesse lugar:
“Lugar de horror, de acúmulo de crimes contra Deus e contra o homem sem igual na história.
É quase impossível e é particularmente difícil e oprimente para um cristão, para um Papa que provém da Alemanha”.
De 9 a 13 de maio de 2007, visitou o Brasil por ocasião da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe (CELAM), que ocorreu em Aparecida (SP).
Nessa ocasião, canonizou Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Frei Galvão), primeiro santo nascido no Brasil.
Esta foi a sua terceira visita ao Brasil. Nas duas anteriores, em 1982 e em 1990, esteve no Rio de Janeiro com bispos brasileiros.
No dia 1º de maio, na presença de mais de 1 milhão de pessoas, Bento XVI beatificou o seu antecessor, João Paulo II.
Na homilia, Bento XIV recordou a amizade e a confiança para consigo.
“Quero agradecer a Deus também a experiência de colaboração pessoal que me concedeu ter longamente com o Beato Papa João Paulo II.
Se antes já tinha tido possibilidades de o conhecer e estimar, desde 1982, quando me chamou a Roma como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, pude durante 23 anos permanecer junto dele crescendo sempre mais a minha veneração pela sua pessoa.
O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições”.
No dia 3 de dezembro, a Santa Sé lançou a conta oficial do Papa Bento XVI na rede social Twitter, que traz as reflexões do Ângelus Dominical.
Depois de oito anos de pontificado, Bento XVI, apresentou sua renúncia a toda a Igreja Católica. Na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, na presença de muitos dos seus amigos cardeais, que o acompanharam nos últimos anos, em latim, leu a seguinte declaração:
“Bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice ”.
▶ Despedida e o início da Sé Vacante
Após a renúncia, Bento XVI passou a viver recluso no Vaticano, por causa de sua frágil saúde. Poucas vezes saiu do Mosteiro Mater Ecclesiae para participar de algumas celebrações e manteve-se em silêncio para que pudesse continuar a serviço da oração.
Logo que assumiu a Cátedra de Pedro, Papa Francisco desejou manter uma relação de proximidade com o Papa Emérito.
Muitas vezes, Francisco se referiu ao seu predecessor com carinho e admiração. Bento XVI, em uma de suas entrevistas após a renúncia, disse que a bondade de Francisco era uma “graça especial” na última fase de sua vida.
“Encontro-me diante do último trecho do percurso da minha vida e não sei o que me espera. Contudo, sei que a luz de Deus está presente, que Ele ressuscitou, que a sua luz é mais forte do que toda a obscuridade; que a bondade de Deus é maior do que todo o mal deste mundo. E isto ajuda-me a prosseguir com segurança. Isto ajuda-nos a ir em frente e neste momento agradeço de coração a quantos me fazem ouvir continuamente o ‘sim’ de Deus através da sua fé”.
Papa Emérito Bento XVI
CRÉDITO
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TEXTO :: ELISANGELA CAVALHEIRO, GUILHERME GOMES E LAÍS SILVA (Portal A12)
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Por Redação, em Igreja