Apesar do processo de secularização e laicização que o mundo ocidental tem passado desde a entrada da Modernidade, o dia 2 de novembro ainda é identificado como sendo um dia específico para se meditar e rezar pelos mortos. Milhões de pessoas cumprem o ritual de ir até os cemitérios levar flores para depositar nas lápides em memória dos que se foram; outras levam também velas e cumprem rituais mais tradicionais, como orações, cânticos, etc.
Uma vez que a morte é parte da vida, faz sentido que as pessoas de todo o mundo, de todas as culturas e origens diferentes tenham suas próprias festas reservadas para honrar aqueles que já faleceram. A data, que simboliza a lembrança e o legado de quem já se foi, é marcada por vários rituais. Dependendo da cultura, o dia ganha um viés festivo. Veja que alguns países mostram suas peculiaridades.
Brasil
Vamos começar pela nossa cultura, a do Brasil. Em todo o país, o ritual mais comum de celebração é a ida ao cemitério. Tirando fora a realidade atual da pandemia. É no cemitério que são colocadas flores nos túmulos dos parentes e amigos já falecidos, e algumas pessoas ainda oferecem orações a quem se foi. Também é comum que sejam feitas missas, para que as pessoas possam rezar por aqueles que já faleceram.
Instituições que administram os cemitérios tratam a data como um evento especial. Existe uma preocupação em atender bem as pessoas que visitam os cemitérios, mantendo o ambiente limpo e organizado e funcionando em horários diferenciados.
A data tem uma importância enorme e que não deve ser desperdiçada. Importante destacar que a perspectiva não precisa ser de tristeza. Saudade e tristeza são coisas diferentes. Ao visitar um cemitério, estamos também visitando nossos antepassados, nossas origens e também a nossa história. Celebrar como uma data de tributo à vida daqueles que amamos e já morreram.
México
Talvez os mais famosos e celebrativos neste dia sejam os mexicanos, pois, diferentemente do Brasil e de outros países que encaram o dia de Finados com tristeza, no México, grandes festas eram realizadas para homenagear a memória dos mortos. Conhecida como Dia de Los Muertos, a celebração no país durava três dias, de 31 de outubro a 2 de novembro. Na ocasião, as pessoas usavam fantasias coloridas de caveiras, construíam altares dentro das casas e preparavam as comidas e bebidas preferidas de quem já se foi.
O costume, que provavelmente emergiu nos primórdios da cultura asteca, é vivido em todo o país, até mesmo por aqueles que ainda não perderam alguém da família ou amigos. As cores preto, vermelho, laranja e outros tons vibrantes também podem ser encontradas nas decorações e fantasias.
O feriado é visto como uma data alegre, cujo objetivo é celebrar e relembrar com orgulho a memória de quem já se foi. Desta forma, o povo mexicano acredita que o legado da pessoa é vivido e reforçado, mais uma vez, por meio dos parentes e amigos que ainda vivem. A celebração foi incorporada e adaptada em regiões de outros países por imigrantes mexicanos.
Espanha
Na Espanha, o que na verdade é comemorado é o Dia de Todos os Santos (Dia de Todos Los Santos), que acontece em 1º de novembro. Sendo um feriado nacional, as pessoas retornam para suas cidades natais e visitam os cemitérios nos quais seus entes queridos estão.
Antes da Covid-19, flores eram levadas para os túmulos à noite, e um doce especial chamado Hueso de Santos (Osso dos Santos), feito de marzipã, ovos e "syrup" (calda semelhante ao mel, feita de açúcar e água) é comido como sobremesa especial da data. Durante o dia, as cidades espanholas recebiam paradas em honra aos mortos. Assim como na tradição mexicana, os espanhóis também usam roupas de tons coloridos e vibrantes nesse dia. Mesmo sem as grandes festas que caracterizam o feriado no México, o Dia de Todos os Santos na Espanha também possui um clima mais festivo.
Japão
Comemorado em 15 de agosto (e no dia 15 de julho, na região de Kanto), o dia é um momento especial no qual os japoneses prestam homenagens aos seus ancestrais. As celebrações duram três dias e incluem danças e comidas especiais para a data, além do retorno ao lar em que os antepassados da família viveram. Uma das tradições japonesas é limpar as lápides dos falecidos.
Guatemala
No interior da Guatemala, onde há influência dos povos indígenas, pipas gigantes são soltas no ar, próximo aos túmulos dos mortos. Há ainda pratos típicos feitos somente neste dia do ano.
Leia MaisDia de Finados: Do que fazer memória?Índia
Em Pitru Paksha, na Índia, os hindus honram as sete gerações passadas – o que é um tempo muito longo. Eles começam tomando banho em lagoas e rios sagrados, e continuam oferecendo orações e comida para seus antepassados, que se acredita que retornam à vida após a morte para a noite de festa.
Camboja
Em Pchum Ben, no Camboja, a cultura Khmer realiza um festival. As pessoas visitam seus templos, locais para rezar e fazer oferendas aos mortos. Depois, todos comemoram com corridas de búfalos e lutas.
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