A dignidade da mulher

Por Valquíria Aparecida Ribeiro

Thiago Leon

Os desafios enfrentados pelas mulheres no mundo contemporâneo são inúmeros, mesmo diante das significativas conquistas de direitos ao longo da história. Persistem desigualdades salariais, especialmente em altos cargos de gerência, índices alarmantes de violência doméstica e uma pressão social que frequentemente questiona a capacidade intelectual feminina. Essas dinâmicas culturais e estruturais perpetuam a desigualdade de gênero. Diante disso, a ONU instituiu o 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que busca alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, evidenciando a necessidade de esforços globais para enfrentar essas problemáticas e construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

No entanto, é essencial ampliar o olhar para além desses desafios e reconhecer que, apesar das adversidades, as mulheres sempre contribuíram de forma decisiva para a construção da sociedade. Na tradição da Igreja Católica encontra-se um ponto focal da dignidade feminina: “Deus escolheu uma mulher para gerar Jesus em seu útero, esse foi um grande presente e de grande dignidade dado à mulher. Aqui temos a verdadeira emancipação da mulher.” Maria, reconhecida por Deus como uma mulher digna, torna-se modelo perene da dignidade feminina. Com as virtudes de sabedoria, humildade e ação, ela inspira as mulheres de hoje a enfrentarem os desafios com coragem e fé.

A Doutrina Social da Igreja reafirma a igualdade entre homens e mulheres, ressaltando a importância de superar toda forma de discriminação. Documentos como a Mulieris Dignitatem refletem sobre a vocação e o papel da mulher na Igreja e na sociedade.

O Papa Francisco tem demonstrado admiração pelo feminino em seu pontificado, promovendo a participação de mulheres em cargos importantes no Vaticano. A nomeação da irmã Simona Brambilla como prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica é um marco significativo, sendo a primeira mulher a ocupar essa posição.

Assim, a Igreja, com seus ensinamentos, continua a iluminar caminhos para que a dignidade e o protagonismo das mulheres sejam plenamente reconhecidos e promovidos na sociedade.