A Constituição Conciliar Sacrossanto Concílio, primeiro documento do Concílio Vaticano II, que buscou tratar da vida litúrgica da Igreja e a urgente necessidade de sua renovação, afirma que a liturgia é a fonte e o cume de toda a vida cristã. Nessa máxima já conseguimos compreender que a Eucaristia ocupa um lugar central na experiência da vida cristã. Ela é o alimento principal, que nos motiva a viver a fé de um modo ativo, consciente e pleno.
Desde as primeiras horas do cristianismo a comunidade dos discípulos de Jesus celebrou a eucaristia. São muitos os testemunhos que nos apontam que no oitavo dia ou no domingo os cristãos se reuniam para a fração do pão, celebrando assim a memória da Ressurreição do Senhor.
Um dos mais belos testemunhos que encontramos é o de São Justino, no qual a Igreja, no seu processo de renovação litúrgica, encontrou um caminho para pensar o rito da missa renovado.
Justino narra que no oitavo dia os cristãos se reuniam para escutar a Palavra do Senhor, meditá-la e rezá-la. Depois apresentavam a oferta de pão e de vinho. Sobre essas ofertas rezava-se a oração de ação de graças, que por ação do Espírito de Deus transformava o pão e o vinho em corpo e sangue do Senhor. No final aqueles que podiam depositavam aos pés do altar as ofertas que deveriam ser divididas entre os necessitados.
Esse testemunho nos aponta que a Eucaristia desde o princípio foi uma reunião familiar. Momento oportuno para se alimentar a fé, com o escopo de vivermos uma vida cristã, que seja profecia de novos tempos. Desse modo, em tempos onde muitos procuram desconsiderar o valor da Eucaristia é papel nosso, como discípulos de Cristo, testemunhar a todos que nela está todo o ponto de chegada e o ponto de partida, para uma autêntica vida cristã. Nela sempre encontraremos, como família de Deus, uma fonte perene de espiritualidade.
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