A música litúrgica no Missal Romano

João Pedro Ribeiro

"O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’” (CIC, 1157)

A música litúrgica sempre se fez presente nas ações litúrgicas da Igreja.

A partir do processo de renovação e reforma da liturgia engendrados pelo Concílio Vaticano II, ela passou a ser apresentada como um importante elemento da celebração do Mistério Pascal, capaz de estimular a participação ativa, plena, consciente e frutuosa dos fiéis, reunidos por Deus, no Espírito, para celebrar a memória da Páscoa do Senhor, na páscoa dos membros da comunidade cristã.

Da grande constituição sobre a vida litúrgica da Igreja Sacrossanctum Concilium, aprendemos que cantamos a missa e não na missa.

Isso se dá, pois a assembleia que se reúne para a celebração não é formada por meros espectadores, mas por homens e mulheres, que na fé são chamados a participarem do ministério sacerdotal de Cristo, em vista da glorificação de Deus e santificação da humanidade.

Por isso, na missa cantamos o Mistério Pascal de Cristo, que continua a ser atualizado por meio de ritos e preces, que nos ajudam a experimentar Sua presença na liturgia. Desse modo, quem contempla Cristo está contemplando o Pai, pois Ele veio do coração Daquele que, por amor, nos criou para amar.

Na nova tradução do Missal Romano, que passamos a utilizar a partir do Tempo do Advento de 2023, encontramos as partituras que nos indicarão melodias para cantarmos as partes fixas da missa. Essas partituras, unidas aos outros diversos cânticos, próprios para a celebração da Eucaristia, nos ajudam a celebrar e atualizar o Mistério Pascal, a fim de que, por meio da liturgia, sejamos formados para uma autêntica vida discipular.

Por intermédio da música litúrgica, a comunidade cristã louva seu Senhor, mas também testemunha sua Palavra. Pois na celebração, aquilo que está registrado nas Escrituras é atualizado por meio de ritos e preces.