Todos os anos, milhões de peregrinos passam diante da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, exposta atualmente no Nicho dentro da Basílica.
Diante dela, choram, rezam, fazem seus pedidos e agradecem as conquistas obtidas por intercessão da Mãe de Deus e nossa.
O ato de venerar a Imagem é antigo e remonta ao início da devoção, ainda na casa dos pescadores.
O I Livro do Tombo da Paróquia de Guaratinguetá, ao registrar o culto doméstico à Virgem Aparecida aponta que “Atanásio (filho de Felipe Pedroso, um dos três pecadores) fez um oratório e, em um altar de paus, colocou a Senhora, onde todos os sábados se agrupava gente para cantar o terço e demais orações”.
Foi em um momento como este que acontece o milagre das velas, um dos responsáveis por popularizar a devoção a Nossa Senhora Aparecida.
Após a construção da Capela dedicada a Santa no alto do Morro dos Coqueiros, em 1745, a veneração acontecia dentro do templo, com a Imagem em seu altar. Ao menos durante o dia.
À noite, quando as celebrações religiosas cessavam e as portas do templo se fechavam, alguns romeiros dormiam dentro da Capela, “de que se resulta muitas vezes entrarem no Camarim em que está a Senhora e do Trono a tiram e trazem nas mãos (sem reverência) a Imagem da Senhora”, como narra o I Livro do Tombo da Paróquia de Guaratinguetá.
Em 1761, uma Visita Pastoral feita pelo Cônego Luiz Teixeira Leytão estabeleceu normas para a prática, restringindo a presença dos peregrinos apenas durante o período de abertura da Capela, sob pena de excomunhão.
Além disso, orientou que “havendo-se de dar a oscular a mesma soberana Imagem, será com decência devida, tendo primeiro luzes ou velas acesas, estando o sacerdote de sobrepeliz e estola; incensando primeiro a Imagem e fazendo as mais cerimônias em semelhantes atos”, como se pode ler no mesmo Livro.
O beijamento da Imagem se conservou mesmo após a inauguração do templo que hoje chamamos de Basílica Histórica, em 1888. Até a década de 1930, o mais próximo que o romeiro poderia ficar da Imagem de Nossa Senhora era no altar-mor. A Crônica da Comunidade Redentorista narra, em 1901, que “após a missa, o povo espera que se abra a cancela da grade da comunhão e se precipita para o altar-mor para beijar a Imagem”.
Algumas obras realizadas na segunda metade da década de 1930 na atual Basílica Histórica inseriram, entre o altar e o nicho da Imagem, um corredor. Desta forma, os romeiros podiam estar mais próximos da Imagem, passando a seus pés, como fazem até hoje ao visitarem o histórico templo.
Com a construção da Basílica Nova, em 1982, a Imagem de Nossa Senhora Aparecida passou a ficar, definitivamente, na Nave Sul do templo. Desde então, nunca deixou de ser visitada todos os dias pelos peregrinos que, com fé, confiam à Mãe de Deus e nossa suas dores, sofrimentos e alegrias.
Em agosto de 2011, o encontro entre os devotos e a Padroeira do Brasil ficou ainda mais belo. Nesta data foi inaugurado o novo Trono que abriga a Imagem da Virgem Aparecida, obra do artista sacro Cláudio Pastro.
Dali, a bondosa Mãe continua a sorrir compassiva aos milhões de peregrinos que fazem questão de visitá-lo todos os anos.
Jessica Fernandes relembra a reconstituição da imagem de Nossa Senhora Aparecida em 1978
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