Revista de Aparecida

Ano Santo, Jubileu, Indulgência: a peregrinação da Esperança

Escrito por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R.

28 FEV 2025 - 07H00

Victor Hugo Barros

A validade das Indulgências tem sólido apoio na Revelação Divina, ensina a prática multissecular da Igreja. Crendo na assistência do Espírito Santo, a Igreja aplica aos fiéis os méritos de Cristo e a intercessão dos Santos. E pode libertar- -nos das penas acarretadas por nossos pecados: a nós mesmos, à convivência comunitária fraterna, à justiça, paz e caridade. Cristo, é a ‘cabeça da Igreja’, e nós, os membros, somos o seu corpo. “Tudo aquilo que cada um faz ou sofre em Cristo e por Ele, produz frutos para todos” (Cat. 961). O Artigo 9º do Credo reza: Creio na Santa Igreja Católica. Em última análise essa é a raiz teológica da concessão das Indulgências pela autoridade do Papa. Ora, nossos pecados agridem, desarranjam a harmonia universal da Criação, obra da sabedoria e bondade infinitas do Criador. O Papa São Paulo VI, na “Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências” (1967), enfatizou que é importante ganhar indulgências para a própria alma e para as almas do Purgatório. E o Catecismo da Igreja, publicado pelo papa São João Paulo 2º em 1992, repete o ensino: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (Nº. 1498). A culpa e a pena são as duas consequências do pecado. A culpa é perdoada na confissão. A pena, que é o efeito do pecado no pecador, nos outros e na Igreja, é reparada mediante a concessão da Indulgência plenária (total), ou parcial. A remissão não perdoa nem anula o pecado cometido, mas repara suas penas.

Na linguagem jurídica-civil, remição (com ç), é resgatar, quitar, libertar. Na linguagem teológica, a palavra remissão tem o sentido de redimir, perdoar. É um ato de indulgência, misericórdia, perdão. Jesus constituiu e entregou à Igreja a autoridade de perdoar. Ou seja, renovar a reconciliação mútua dos discípulos na comunidade. Ele nos diz em São Mateus 18,18: “Tudo o que ligardes na terra será ligado no céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”. A equivalente ligação terra e céu, se concretizou no Primado do Papa, ou na supremacia universal da “Sé de São Pedro” sobre as outras Sedes Episcopais. Não é privilégio, mas é serviço eclesial conforme o mandato de Cristo a São Pedro: “Vou te dar as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 17,19). Jubileu, Ano Santo, Porta Santa, Indulgência, são conceitos que se entrelaçam fazendo de nós os Peregrinos da Esperança, rumo a novos céus e nova terra jubilares.

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