Os humanos são seres mergulhados no tempo, e ele tem seu limite em nossa existência. Ninguém sobrevive além do tempo que lhe é permitido viver. Mas, ele traz uma dinâmica tão forte que somos incapazes de pará-lo. Por isso o ser humano poderia ser muito bem chamado de “andarilho no tempo”, como aquele que faz um caminho ou é um viajante pelas sendas do mundo! Homo Viator me parece trazer uma característica muito apropriada para nosso tempo, que não para e parece fugir de nossas mãos por causa da velocidade de nossos dias. Tudo é veloz, queremos tudo muito já, só não cuidamos do já e agora tão necessário: amor, compreensão, diálogo, misericórdia, conversa desinteressada, alegria em estar junto do outro...
O homo viator faz com alegria o Caminho da Fé. O grupo de pessoas que se põe a caminho faz na verdade uma trajetória bíblica, porque a Bíblia é um caminho que se faz. Podemos dizer com segurança que a bíblia é o caminho, nos faz percorrer vales e montanhas, planícies e planaltos da história humana. Vislumbrar a criação divina e vislumbrar o dom de nossa existência, dádiva divina. E Deus se faz presente. Pôr-se a caminho é acreditar na utopia de nossa própria realização ou na de um mundo com outras perspectivas além das comuns e costumeiras. Fazer o Caminho da Fé é permitir-se viajante e também deixar que a fé invada a existência.
Caminhar é bíblico. Caminhar é fé. O que faz você ir ao Santuário, seja em Aparecida, em Bom Jesus da Lapa, ou em Trindade? O que faz você chegar aí é sua fé, embalada pela melodia do amor de um Deus que não se cansa de acolher você. Se em Trindade você canta: “Ó Pai santo, eu preciso de ti”, na Lapa: “Nós pedimos ao bom Jesus sua bênção”, e em Aparecida: “Dai-nos a bênção, ó Mãe querida”, é porque há algo mais intenso, mais profundo em você, e talvez nem a gente mesmo perceba essa presença amorosa do Senhor, pois está muito além de nós mesmos.
São belas paragens, é uma viagem para o eterno. É a viagem do homem ou mulher viajante! É caminho de quem se põe a caminho.
O próprio Senhor continua caminhando entre nós, indo ao encontro dos sofredores, dos pobres, dos abandonados, mesmo diante dos imperialismos e dominação inúteis dos que desejam o poder, o poder e mais poder...
Não hesite em caminhar. Coloque-se sem medo nessa marcha tão agradável e que nos traz alegria. Celebremos a história dos que se põem a caminho rumo ao eterno, rumo ao irmão, rumo ao amor, à vida, ao diálogo, à fraternidade... Feliz Natal e muita paz!
Peregrino! Caminho! Vida!
A Basílica “Velha” nos faz, sim, um convite para a paz, para a harmonia, para o estar sempre em Deus.
Deus sai de si...
O “Deus que sai de si” quer encontrar-se comigo e com você! Você quer encontrar-se com Deus? Ele está aí, no soleira de sua porta, a porta de sua existência, basta abri-la para Ele entrar...
Onde Deus está?
Deus não nos deixa sós, nunca, jamais. E nós, como o deixamos? Cuidemos de compreender a face de Cristo que se revela nos mais abandonados.
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