Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

Como Deus escuta nossas orações?

Wikimedia Commons - Francesco de Mura
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Jesus cura o cego Bartimeu assim que ele lhe pede: "Filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10, 48)

Escuta do jeito que Ele é! É Deus, onisciente, onipresente, onipotente e infinito, sem começo nem fim. E escuta do jeito que somos e rezamos. Criados por Ele e redimidos em Jesus, podemos conhecer, amar e fazer sua vontade. A oração bíblico-cristã supõe a vida em Cristo, com Ele e nele. Rezar é ter uma relação íntima com o Deus vivo e verdadeiro, no mistério de Cristo. Sem nenhum tipo de relação por interesse, a oração não é “moeda de troca”: mereço porque rezo! Ela é a pura misericórdia de Deus que dá à oração do justo, bem como à do pecador, o poder pedir e o meio de alcançar o mérito. Mas, rezar supõe antes o crer! E o dom de crer nos é dado de início pelo amor do nosso Deus, que, “rico em misericórdia e movido pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa de nossos pecados, nos fez reviver com Cristo” (Efésios 2,4-5). Os méritos obtidos na oração nos são dados pela mediação de Jesus em nós. Seja pelo louvor, agradecimento, pedidos, súplica; com gestos, cânticos ou palavras, é em nome dele que pedimos e que recebemos. Aliás, Jesus parece censurar os discípulos despedindo-se deles: “tudo que pedirdes ao Pai, Ele vos dará em meu nome. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que vossa alegria seja completa” (João 16,23-24). Confiar em Deus é o início da oração, afirma Jesus: “Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e a porta vos será aberta” (Mt 7,7). Na parábola da figueira sem frutos, símbolo da fé vacilante do povo da Aliança, Ele, Jesus, é categórico: “Tudo o que pedirdes com fé na oração, recebereis” (Mt 21,22).

Como a água brota da fonte, a oração cristã emana da obediência ao Primeiro Mandamento da Lei de Deus: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e com toda a tua mente”. Nunca é inútil rezar! É fundamental na fé. É como água viva que sacia a sede infinita de viver com Deus, na certeza do seu amor e sua misericórdia. Impossível viver sem respirar e sem rezar! Na oração, ‘Deus respira em nós’. Santo Agostinho diz: Deus está mais no meu íntimo, do que eu mesmo. Ao ter consciência que existo, sinto Deus em mim. A consciência é como a “corda vocal” do Senhor vibrando pelo seu Espírito em mim. São Paulo fala da oração como socorro do Espírito à nossa fraqueza: “Pois não sabemos o que é conveniente pedir, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis” (Romanos 8,26). O hábito de rezar nos torna mais conscientes e coerentes com o Evangelho. Enfim, refaz nossas esperanças onde tudo parecia perdido ou triste.

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