Cuidar da Casa Comum é cuidar de cada um de nós

Thiago Leon

Santuário Nacional promove a preservação e reflorestamento, com o objetivo de cuidar de nossa Casa Comum

E Deus disse-lhes: “Dou-vos toda planta que dá semente e que está em toda a terra, e toda árvore em que há fruto, que produz semente: serão vosso alimento. A todos os animais selvagens, a todas as aves do céu e a todos os seres que rastejam pelo chão e nos quais há um sopro de vida, eu dou como comida toda vegetação”. (Gn 1, 29-30)

O solo em que pisamos, o ar que respiramos, a fauna que vemos e a flora que admiramos, tudo é de nossa responsabilidade cuidar, ter zelo e carinho. Nossa Casa Comum é lar da nossa e das futuras gerações que a herdarão, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, sob o manto de Nossa Senhora.

Assim nos diz também o Papa Francisco, em sua encíclica Laudato Si, “Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras.” (LS 67)

Thiago Leon

Santuário Nacional promove a preservação e reflorestamento, com o objetivo de cuidar de nossa Casa Comum

Há, no Santuário Nacional, uma preocupação com o cuidado do meio ambiente e nossa Casa Comum, “uma vez que o encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida se deu em meio à natureza nas margens do Rio Paraíba”, salienta a supervisora de Limpeza Externa e Áreas Verdes, Gislene Soriano.

Julia Silveira

Ao chegar no Santuário, de longe, já é possível avisar a vegetação que envolve a Casa da Mãe Aparecida

Antes mesmo de adentrarmos os portões do Santuário Nacional, vemos os verdes em seus muros, cultivados e preservados, acolhendo os peregrinos da Mãe Aparecida. Essas ramagens, que se estendem por 2,5 quilômetros ao longo de todo o entorno da Casa da Mãe, dão vida nova às paredes por elas cobertas de folhagens.

Julia Silveira

O Pátio das Palmeiras foi pensado para acolher os devotos ao chegarem no Santuário e guiá-los até a Basílica

Caminhamos ao encontro do templo, as palmeiras nos dão boas-vindas, amenizando o calor do Sol, nos guiando até Nossa Senhora Aparecida. “As palmeiras, dispostas no pátio, simbolizam o acolhimento aos devotos, que chegam e são recebidos no Santuário pelo caminho de árvores que apontam para a Basílica”, esclarece o orientador cultural do Santuário Nacional, Rodolfo César.

Os colaboradores do setor de áreas verdes trabalham diariamente, mantendo o Santuário Nacional sempre limpo e cada vez mais em equilíbrio com o nosso meio ambiente. Para Gislene, cuidar da natureza “é um prazer e uma satisfação”.

“Pra eu ter a muda eu também precisei da pessoa que foi lá coletar essa semente, da pessoa que produziu essa muda, da pessoa que fez o projeto técnico, da pessoa que estava cuidando dessa muda, então é uma cadeia de suprimento, assim, enorme, que gera todos esses impactos sociais e econômicos tão positivos”, enfatiza Rafael Bitante Fernandes, gerente de restauração florestal da SOS Mata Atlântica.

Soriano falou também sobre as parcerias que o Santuário possui, destacando uma, a relação com a Fundação SOS Mata Atlântica:

“Por meio do programa ‘Observando Rios’, mensalmente fazemos as análises do Rio Paraíba [do Sul] e disponibilizamos no sistema. São dados que os órgãos competentes possuem acessos para poder assim fazer suas tomadas de decisão, além dos reflorestamentos com mudas nativas nas fazendas aqui próximas do Santuário”, complementa.

João Athaide

Por meio do programa 'Observando Rios' o Santuário Nacional e a Fundação SOS Mata Atlântica realização um cuidado periódico do Rio Paraíba do Sul

Para Rafael, “talvez não haja melhor forma simbólica de mostrar cuidado com a Casa Comum, do que realizar um trabalho de restauração florestal como este, que gera impacto muito positivo para a natureza”.

Ele continua dizendo que toda a atuação conjunta gera muitos benefícios, pois “impacta na qualidade do ar, impacta na biodiversidade, toda fauna, flora, elas voltam abundantemente para essas áreas. É uma área concentrada, é um grande maciço verde que a gente vem formando ali”.

A parceria do Santuário com a SOS Mata Atlântica já possibilitou o plantio de 570 mil mudas de árvores em uma área aproximada de 230 hectares, segundo levantamento conjunto da Fundação e do setor de Áreas Verdes. “O projeto dura pelo menos cinco anos, pra gente ter a certeza que a gente vai estar entregando uma floresta jovem e funcional. Então, não é só o ato de pôr a muda de árvore no chão, de fazer uma cova, plantar ela, cuidar dela, tem todo um cuidado posterior que é bem intenso, precisa ser bem intenso pra que a gente tenha sucesso nesses projetos”, completa Fernandes.

João Athaide

Com a ajuda de parceiros, o Santuário cuida da vegetação local e preserva o meio ambiente

Outra iniciativa que o Santuário Nacional promove é o uso de energias renováveis, que inclusive é uma das obras para este ano.

“Um dos projetos previstos para este ano é a Usina Fotovoltaica, que irá gerar grande parte da energia do Santuário, além da construção de uma Usina de Triagem e Compostagem de Resíduos (UTC), onde o principal objetivo é fazer a destinação correta dos resíduos”, concluiu Gislene.

As mãos que plantam, postas também rezam, unidas se multiplicam. Nossa Casa pede cuidado e cabe a nós cuidar do lar que Deus nos deu. Cada ação solidária e iniciativa ambiental são vitais para a manutenção e preservação do que temos de mais precioso, o ecossistema que nos acolhe e dá frutos.

Julia Silveira

O Pátio das Palmeiras foi pensado para acolher os devotos ao chegarem no Santuário e guiá-los até a Basílica