Amigos da Revista de Aparecida, continuamos nosso estudo sobre a Fachada Norte do Santuário Nacional. Neste mês, apresentamos duas cenas: José explica os sonhos do Faraó (Gn 41,1-36) e José administrador dos bens do Egito (Gn 41,38-57).
Deus fala aos pagãos: é o Espírito de Deus que sopra no coração dos pagãos à noite, como sonho. O próprio Cristo afirma que o Espírito é como o vento: você não vê de onde vem nem para onde vai; ele se move e você não pode controlá-lo, precisamente porque o Espírito é livre. Deus fala em um sonho ao faraó, José lhe explica o que Deus lhe está dizendo e ao fim se manifestará que também a vida do povo da aliança, da descendência de Abraão, está ligada ao sonho do faraó. Então não há uma fronteira absoluta entre crentes e não crentes, entre a Igreja e o mundo: toda a humanidade tem um só Pai, quer o conheça ou não, quer o reconheça ou não. E, portanto, a humanidade é filial e a vida de um depende da vida do outro.
José é um homem que não se apresenta a si mesmo como aquele que possui as soluções; ao contrário, ele está aberto à realização do desígnio de Deus, de Deus Pai. O Pai tem um desígnio, e José o realiza. Não se trata de que ele cresça em poder, mas de que Deus possa realizar seu desígnio de salvar os povos da fome pelo simples fato de que José não busca a si mesmo: ele é lugar da manifestação divina e de seu desígnio de salvação para todos os povos ao redor, sem distinção.
O verdadeiro conhecimento de Deus é o amor, e o amor não pode ser experimentado de maneira abstrata, mas somente com os outros. José manifestou o desígnio de Deus diante da questão dos celeiros e da fome — este é o lugar onde se conhece a Deus. Deus fala ao mundo, às pessoas em todos os lugares, e nós, a Igreja, somos portadores da Palavra no mundo, fazemos parte dessa Palavra que se fez homem para tornar seu significado legível ao mundo. Mas, para que isso de fato aconteça depende da nossa disposição, depende que ela seja como a de José, que considerava a si mesmo como o leito de um rio por onde passa o amor de Deus Pai.
Quando José é elevado ao cargo de governador de todo o Egito, não é ele quem sobe ao trono, mas é o faraó quem se curva desde o trono em direção a José. É na humildade esmagadora de José que o faraó reconhece o Espírito de Deus. E quando o faraó o reconhece, ele não o faz porque José é grande, mas porque manifestou Deus.
Assim, também no momento histórico de crise em que vivemos, o Papa Francisco indica o caminho, não de defesa, mas de saída, para ir ao mundo e viver com as mulheres e os homens de hoje. Se Deus habita em nós, e se nós estamos em Cristo, se manifestará o desígnio do Pai para salvar o homem na história.
Prosseguiremos nosso estudo nas próximas edições da Revista de Aparecida. Até lá, você pode se aprofundar na catequese da Fachada Norte assistindo aos vídeos do “Cena a Cena” no canal do Youtube do Santuário Nacional.
No livro “Êxodo: Caminho para a libertação” você também entenderá, de forma mais profunda, a Teologia presente na obra da Fachada Norte.
A descida aos infernos
Jesus assumiu plenamente nossa condição de finitude: vivendo a morte como testemunho de amor, iluminou-a por dentro e tirou-nos do seu poderio.
A paixão de Jesus
Numa queda vertiginosa, Jesus entra na morte; contrariando todas as expectativas, nos salva abraçando a fragilidade e não exibindo sua força.
O batismo de Jesus
Jesus, sentindo-se entrelaçado aos demais, faz igual: pede que João o batize
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