Maria também é peregrina: como os romeiros se inspiram em Nossa Senhora para chegar a Aparecida

João Pedro Ribeiro

Fabiano Tumioto e Maria de Lurdes Tumioto, de Mauá (SP), ao chegarem ao Santuário Nacional

"Maria partiu em viagem, indo às pressas para a região montanhosa" (Lc 1, 39). Um pequeno versículo guarda uma grande inspiração para os peregrinos "da esperança" que, nas últimas semanas, partiram em romaria à Casa de Nossa Senhora. Para eles, a imagem da Judéia e a casa de Isabel se transforma na visão do Santuário Nacional, pronto para receber os romeiros que querem, como Maria, louvar a "Deus, meu Salvador" (Lc 1, 47).

"A gente vem com o que Deus prepara. A gente tenta viver o que Maria viveu nas nossas realidades", diz Elizabete da Silva Almeida, que realiza sua segunda peregrinação a pé ao Santuário Nacional. Ela é acompanhada por Hélio da Silva Marinho, que faz sua primeira romaria.

João Pedro Ribeiro

Elizabete Marinho e Hélio Marinho caminharam por quatro dias e meio para chegar a Aparecida, depois de sair da Praça da Sé, em São Paulo (SP)

Eles saíram da Praça da Sé, em São Paulo (SP), na segunda-feira, às 23h45, e chegaram a Aparecida às 7h50, em um grupo com 70 romeiros a pé e 10 de apoio. Hélio reforça a gratidão que tem à Virgem Maria pelos consolos e reforços durante o caminho. "A gente sente que a Mãe puxa a gente para cá", garante.

A centralidade de Jesus está no centro da chegada de Fabiano Augusto Tumioto, que veio acompanhado de sua mãe, Maria de Lurdes Pereira Tunioto. "É como Maria chegando na casa de Isabel, só que a gente fica na figura de Isabel, né? Com a alegria que o Filho de Deus está aqui, presente na Eucaristia", afirma. Os dois saíram de Mauá (SP), mas iniciaram sua peregrinação no dia 11 de outubro, às 22h40, partindo de Pindamonhangaba (SP). A gratidão pela saúde e a conversão da família são as principais motivações para se dirigirem ao Santuário.

Vinda do norte, no entanto, é a romaria que partiu de Barra Mansa (RJ) suplementada por outros dois romeiros em Cruzeiro (SP). Bete Ribeiro, Valdemiro Rocha, Reinaldo Gomes, Valter Rocha e Vanderson Rocha se uniram no Vale do Paraíba para completarem sua peregrinação a Aparecida.

João Pedro Ribeiro

Sexta romaria de Barra Mansa (RJ) e Cruzeiro (SP) é motivada por graça alcançada

"Minha filha, Manuela, tinha um problema de arritmia no coração. Através da oração, o médico disse que ia ter que fazer essa cirurgia, e a partir daí nós começamos a fazer a caminhada, e graças a Deus não precisou mais fazer a cirurgia", conta Valdemiro Rocha, um dos romeiros. Em agradecimento à graça recebida, o grupo realiza a romaria pela 6a. vez, com o principal grupo tendo partido da cidade sul-fluminense às 16h para chegar a Aparecida às 7h.

"Olha para a estrela, invoca Maria!": com essa oração, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, motivou os devotos que acompanharam a Missa Solene, às 9h do dia 12 de outubro. A imagem do nicho é lembrança das glórias de Maria na eternidade, força para a humanidade e recordada no interior da Basílica Nova de Aparecida. A festa para a Padroeira é lembrança do bálsamo "para as nossas feridas" que a Santíssima Virgem dá à humanidade, como afirma o prelado. Desse modo, os cristãos do Brasil e do mundo se preparam, recordado na proclamação das igrejas jubilares na Arquidiocese de Aparecida, proclamada ao final da Missa Solene pelo Superior Provincial da Província Nossa Senhora Aparecida da Congregação do Santíssimo Redentor, Pe. Marlos Aurelio, C.Ss.R..

"Muitas vezes a gente acha que a alegria é o destino, mas no caminho se faz felicidade", diz Fabiano Tumioto. Um peregrino que motiva ainda mais peregrinos a viverem, sentirem e espalharem a esperança que Jesus traz à humanidade, a grande mensagem do Jubileu de 2025, com alegria de louvar Maria, em sua Festa como Rainha e Padroeira do Brasil.