Revista de Aparecida

O Jubileu da Esperança e as esperanças do Jubileu

Escrito por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R.

30 DEZ 2024 - 12H02

A frase não é mero trocadilho. Ela caracteriza o evento jubilar como tal e, por outro lado, pensa nos frutos que brotarão em nosso peregrinar no curso do ano. Agradecer a Aliança com Deus, perpetuar a lembrança e fidelidade à sua Lei, recordar suas bênçãos e promessas, permanecer na sua santidade! Com essas motivações o povo da Bíblia deu origem a um tempo comemorativo de alegria ou júbilo geral, conforme o Levítico, capítulo 25. Era o Jubileu, quando a consciência de ser “povo aliado de Deus” regulamentava as condutas sociais de convivência, a posse e uso da terra, a identidade nas relações com os povos estrangeiros etc. A Lei de Moisés, o culto da Palavra, os costumes, consolidaram a vivência de um Ano Santo jubilar, a cada 50 anos, marcado por ritos, normas e regulamentos jurídicos diversos. A Igreja herdou a motivação religiosa fundamental dos jubileus. É bem antiga a Tradição de estabelecer a cada 25 e/ou 50 anos, um tempo especial de santificação e volta para Deus. O Papa Francisco convocou o próximo ano jubilar de 2025. Vamos vivê-lo como “peregrinos da Esperança”.

Essa é a mensagem central do Papa. Ela dinamiza nosso viver em Cristo e faz-nos perseverar vencendo incertezas, desânimos, ceticismo, pessimismo e dúvidas. Que possa ser para todos, nas Dioceses e Paróquias, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, porta e início da peregrinação libertadora! O Jubileu é instrumento oportuno de renovação da Esperança em Cristo! A missão e presença da Igreja no mundo todo aponta Jesus como “nossa esperança” de salvação e vida plena. Como gesto simbólico inicial do itinerário jubilar, o Papa Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma, no dia 24 de dezembro passado. Esse mesmo gesto foi feito nas catedrais católicas, precedido de uma procissão-peregrinante.

A abertura da Porta Santa não é só o símbolo de um evento, mas deve ser um insistente convite para esperançar, pois somos destinatários da Esperança que Jesus trouxe em sua encarnação. Na 1ª carta, São Pedro escreveu: “Adorai o Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre para responder a quem vos perguntar a razão da esperança que vos anima”, 1Pd 3,15. Discípulos e missionários do Senhor ressuscitado, sabemos que a esperança brota e se sustenta no amor que Deus nos tem. O Espírito Santo nos faz experimentar de modo consciente essa certeza: Deus nos ama! Com isso, nossa esperança se sente segura e não ficamos decepcionados. Esperar é desejar que se realize o bem desejado. Mas, esperançar é almejar e agir. É ir atrás. É a peregrinação esperançosa do Jubileu.

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