Revista de Aparecida

O Tráfico de pessoas e Santa Bakhita

Escrito por Pe. Jonas Luiz de Pádua, C.Ss.R.

31 JAN 2025 - 07H00

O tráfico de pessoas é uma das mais graves violações dos direitos humanos e um atentado direto à dignidade dos filhos e filhas de Deus. Essa prática cruel explora a vulnerabilidade de milhões de pessoas ao redor do mundo, submetendo-as a condições desumanas, como trabalho forçado, exploração sexual, servidão doméstica e até tráfico de órgãos. Trata-se de uma chaga que atinge a essência da liberdade e do valor de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.

Entre as vítimas dessa prática terrível, destaca-se a história de Santa Josefina Bakhita, um exemplo de fé e resiliência, que fazemos memória litúrgica no dia 08 de fevereiro. Nascida no Sudão, em 1869, Bakhita foi sequestrada ainda criança por traficantes de escravos e vendida repetidas vezes no mercado de escravos. Submetida a humilhações, torturas e trabalho forçado, ela teve sua dignidade profundamente ferida. No entanto, mesmo em meio ao sofrimento, sua força interior e sua confiança em Deus a mantiveram viva.

Após anos de cativeiro, Josefina foi levada à Itália, onde encontrou um ambiente de acolhimento e liberdade. Foi ali que ela conheceu a fé cristã, sendo batizada e, posteriormente, tornou-se religiosa consagrada. Sua história de redenção e entrega total a Deus é um testemunho poderoso contra o tráfico de pessoas, mostrando que mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a dignidade humana pode ser restaurada.

O tráfico de pessoas é uma realidade que exige uma resposta eficaz da sociedade e das instituições. A Igreja Católica, inspirada pelo exemplo de Santa Bakhita, chama a atenção para a necessidade de combater essa prática, promovendo a justiça, a educação e a proteção das vítimas. A memória de Bakhita nos lembra que cada pessoa é preciosa aos olhos de Deus e que ninguém deve ser tratado como mercadoria. Onde há um ser humano, há um(a) irmão(a).

Por isso, é fundamental investir em políticas públicas que enfrentem as causas estruturais do tráfico, como a pobreza, a falta de educação e as desigualdades sociais. Além disso, é necessário fortalecer a conscientização sobre os sinais de tráfico humano e criar redes de apoio às vítimas.

Santa Josefina Bakhita é hoje a padroeira das vítimas de tráfico humano, e sua intercessão é invocada para que todos nós nos unamos em oração e ação contra essa realidade cruel. Inspirados por sua fé e coragem, somos chamados a defender a dignidade de cada pessoa e a lutar por um mundo no qual a liberdade e a justiça prevaleçam, conforme o desejo de Deus para toda a humanidade.

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