Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

Onde a fé é cristã não há lugar para superstições

Leandro Neumann Ciuffo - Wikimedia Commons
Leandro Neumann Ciuffo - Wikimedia Commons
Fogos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro


No ritual da passagem de ano sobram sugestões de pessoas que querem abrir portas para um futuro melhor, promissor e seguro. O noticiário da grande mídia esparrama superstições, crendices, desejos ingênuos, votos de boas festas temperados até com folclores curiosos. É tempo de queimar fogos, usar roupa branca, comer pratos típicos na tradição da ceia, como lentilha, panetone etc. sem esquecer o perú bem saboroso. Por outro lado, não falta quem supera o mero folclore e pensa que é bom ouvir videntes, búzios, tarôs etc. Acredita-se assim ser possível prever o que acontecerá no novo ano. Há a busca de certezas, seguranças e, por que não?, até as forças cósmicas nos astros que determinariam os rumos e a previsão dos fatos. A pauta do cardápio noticioso é focada em reportagens, entrevistas, opiniões de artistas da fama. Enfim, torna-se viva a expectativa da passagem para o “novo”; o “novo tempo”. Talvez a comunicação da mídia consiga excitar a curiosidade sobre futurologia, enquanto reforça a alienação, a ignorância e a transparência na informação. Impera o medo do desconhecido, e falha a confiança na Providência. Neste ano, é urgente a pergunta: como iluminar as trevas ultrajantes e bárbaras das guerras em curso no Planeta. A fé em Cristo, na sua doutrina e evangelho, é a prioridade da vida do início ao fim do ano! Não é temporária, episódica, restrita a datas comemorativas como o transcurso do ano novo. O caminhar na fé confunde-se com o viver. São Paulo escreveu: o justo viverá pela fé! (Rm 1,17).

O início do ano pode ser uma data tensionada para dar novo impulso à vida com Cristo, nos ajudar a viver com alegria e coerência a fé nele, e a sermos discípulos-missionários mais conscientes e protegidos contra a descrença reinante. Mas, a dinâmica da fé não age com previsões, adivinhações, nem cálculos de magia. Ela é envolvida na aura da confiança total, da entrega sem reservas ao Deus da vida, que é amor, bondade, misericórdia. Viver com Jesus em meio à desconcertante realidade que nos cerca, fiéis à sua doutrina e valores morais, é desafio do início ao fim do ano. A sua Igreja nos acolhe e alimenta a convicção de que nada na história e no mundo escapa ao projeto amoroso de Deus. Por nossa parte é mister o empenho em saber seus caminhos. Ao longo do ano estejamos atentos para descobrir e superar as encruzilhadas da vida, sem nenhuma superstição. O seio virginal de Maria foi a porta por onde Jesus entrou. E sua porta de saída foi o sepulcro glorioso.

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