Por Pe. Ferdinando Mancílio, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

Onde Deus está?

Giotto - Wikimedia Commons
Giotto - Wikimedia Commons

Falamos de tantas coisas boas e legítimas nesta Revista, mas eu quis aqui e agora lhe falar de Jesus Cristo. Sim, da Pessoa de Cristo, nascido de Maria, em Belém, da Judeia. Falar daquele que veio resgatar a humanidade, o Messias, o Verbo eterno do Pai.

Seu nome está presente na sociedade, só não está presente no coração humano. A sociedade é feita de pessoas, claro, mas praticamos tantas atitudes desconcertantes, que nos perguntamos onde está o humano. Por isso, não sei se Ele está presente no coração humano... Deveria estar, e seria bom que estivesse, mas só você poderá dizer o quanto o ama e o acolhe em sua vida.

Diante das muitas preocupações, excessivas preocupações, talvez não haja lugar para Ele em nossa existência. Temos que correr atrás de tantas coisas e dizemos que é para viver, mas deixamos esquecido aquele que veio nos dizer, nos ensinar: “Eu vim para que você e a humanidade inteira tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10).

Ele se fez presente nos mais abandonados, Ele mesmo experimentou o abandono. Enfrentou seu julgamento e sua morte sozinho. Os discípulos ficaram distantes dele, com medo. Como também temos medo, medo de sua verdade, e por isso muitos o abandonam, pois com Ele é diferente, é preciso mudar de vida, mudar para melhor.

Que bem faz o traficante, o mau político que só pensa em seus benefícios, os defensores das armas, que para nada mais servem senão para ferir e matar?

Ele está ao lado dos abandonados, e no seu abandono se entrega por causa de seu imenso amor, amor maior.

Amor assim pode transformar nosso coração de pedra num coração de carne. Ele pede para amá-lo nos abandonados, porque nos abandonados nós o encontramos. Ele nos acaricia, nos acolhe, nos faz criaturas novas. Ele me ensinou a ver rostos e não números — há número grande de migrantes, moradores de rua, violentados de tantos modos e jeitos... É preciso ver a face dele na face do irmão, da irmã, do desprezado, do abandonado.

Deus se esvazia de si mesmo. Por que? Para que tenhamos os sentimentos dele, tenhamos olhos e coração para os abandonados, pois em cada um deles o Senhor clama por nós e nos revela sua face. Há muitos cristos abandonados, esquecidos até de “forma elegante”, e ninguém escuta seu grito de dor. Esses podem estar em nossa própria casa, em nossa Comunidade, perto de nós.

Deus não nos deixa sós, nunca, jamais. E nós, como o deixamos? Cuidemos de compreender a face de Cristo que se revela nos mais abandonados.

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