Como olhar para a cruz de Jesus e entender que ela é o sinal do amor? Cientes das nossas dores e angústias tantas, como buscar na cruz o consolo, a força da fé?
Eis um tema sujeito à intensa e continua pesquisa teológica, buscando respostas sobre o sentido o sofrimento inaudito de Jesus, aplicado à nossa salvação.
A cruz, antes sinal da mais abjeta ignomínia. Hoje, símbolo do amor em extremo. Na sexta-feira da Semana Santa, a Adoração à Santa Cruz é parte da Solene Ação Litúrgica do dia.
O calendário cristão celebra no dia 14 de setembro, a Exaltação da Santa Cruz. Data importante como Festa de culto e reflexão. Exaltar é atribuir grandeza! É especial louvor à sacralidade da cruz. Sua referência à dor, ao sofrimento, indica o mistério nela escondido!
A cruz tornou-se sinal de vitória com Jesus. Nela refulge o triunfo da libertação pascal, como prova máxima do amor salvador de Deus, que nos deu seu Filho para não nos condenar (Jo, 3,17). Jesus na cruz nos fez passar da condição do pecado para a Graça.
Desde crianças a cruz nos leva a viver com e em Cristo! Ela está nas igrejas, casas, cemitérios, conventos e edifícios religiosos, bem como em não poucos edifícios públicos; coisa que, aliás, desagrada a certos ateus e outros alinhados a uma visão errônea do Estado laico. O Estado-povo convive bem com a cruz: o objeto, os ritos, os simbolismos de fé, a piedade popular.
Não abdicamos da nossa cidadania quando nos persignamos traçando o sinal da cruz em nosso corpo. Jovens e idosos; artistas, esportistas, gente famosa e simples, carregam o crucifixo por devoção. Isso representa alguma identidade com o Crucificado. O mistério do Calvário é realidade da Revelação Divina, que ilumina e santifica a peregrinação humana, também no sofrimento. O suplício absurdo de Jesus no Calvário é testemunha do amor que nos libertou da dor, pecado e condenação.
A desigualdade social leva o povo sofredor do País a aproximar-se do mistério da cruz que é anúncio de libertação, perdão e amor. O “tomar a cruz de cada dia” e seguir Jesus não significa fatalidade ou alienação, mas sim o ato resoluto do discípulo (a) que professa com fé:
“Eu não quero saber de gloriar-me, a não ser da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14).
Vitória, tu reinarás! Ó, Cruz, tu nos salvarás! Brilhando sobre o mundo, que vive sem tua luz, tu és um sol fecundo, de amor e de paz, ó, Cruz!
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