Páscoa é uma palavra que sintetiza uma mudança radical de vida. É usada para falar da grande passagem dos Hebreus fugindo da escravidão para serem um Povo livre. Esse fato sociológico, liderado por Moisés, supõe um dinamismo de união solidária que o tornou possível, e eles que souberam interpretar pela fé, como ação de Deus. Mas a convivência foi mostrando que outras formas de escravidão e violação da dignidade das pessoas se repetiam. Por isso, com fé, passam a esperar um messias salvador, político como Moisés, para liderar de novo a passagem de libertação. Mas Jesus recusou ser um messias político e se identificou com o cordeiro que foi morto, e serviu de refeição na organização solidária daquela grande passagem ou Páscoa. Aqui está a diferença: a Páscoa de Jesus contém um tipo de morte que implica o partilhar a própria vida com os outros.
Assim, a morte de Jesus é o auge de uma vida partilhada; é o dinamismo que põe o machado na raiz de toda dominação e desprezo dos outros. Ele disse: “ninguém tira a minha, mas eu a dou” (Jo 10,18). É uma atitude de bondade que Jesus levou ao extremo, para nos ensinar a coragem de fazer morrer esse lado egoísta em nós. Sua Ressurreição é mais que superar a morte biológica. Ressuscitar com Cristo é fazer com Ele essa exigente e gradativa passagem do egoísmo para a vida partilhada. São Paulo sintetiza dizendo que ‘se estamos ressuscitando com Cristo, busquemos as grandezas de Deus, sem nos perder nos interesses terrestres’ (veja Cl 3,1-3). A Ressurreição é o coração da Páscoa de Jesus que pulsa em nós e nos ensina a morrer e ressuscitar com Ele, guiados pelo amor de Deus.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.