Revista de Aparecida

Santo Afonso, o doutor da Igreja que nos ensina a rezar

Escrito por Pe. Marlos Aurélio da Silva, C.Ss.R.

31 JUL 2024 - 16H00

Thiago Leon

Na Igreja, quando um santo recebe esse título de doutor, significa uma deferência porque além de sua vida de santidade, se destacou por uma contribuição específica que muito enriquece o conjunto da vida cristã católica. No caso de Santo Afonso Maria de Ligório, que celebramos e festejamos no primeiro dia do mês de agosto, o motivo de ser honorado com o título de doutor da Igreja é por conta de sua rica doutrina teológica no campo da Moral, que contempla dois princípios igualmente essenciais na vida eclesial – o pastoral e o espiritual. A grandeza do pensamento alfonsiano é de conjugar e explicitar uma teologia moral que leva em conta a realidade concreta da pessoa humana que está situada em seu contexto sócio-eclesial, ao mesmo tempo fazendo-a crescer em sua relação de fé e de intimidade com Deus que lhe fala a partir de sua consciência e de seu coração.

Tomando isso por base, Santo Afonso continuamente insistia que dificilmente alguém alcançaria a conversão de vida (santidade) sem praticar a oração. Pois é por intermédio desse meio que conseguimos falar com Deus, mas também ouvir o que Deus quer nos falar! Portanto, baseado na Palavra de Deus que afirma: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto” (Lc 11,9-10), Afonso indica o caminho seguro que todo cristão deve percorrer para manter essa necessária conexão com o Transcendente: afetos, decisões, súplicas e anseios. Ademais, é a oração que nos garante a salvação! Ela faz que não sejamos estranhos a Deus, mas cria intimidade, amizade e comunhão com Aquele que está na origem da nossa existência e que estará também no ocaso da nossa peregrinação por esta terra! Afinal, tudo encontrará seu ponto de convergência no princípio da vida que é o próprio Deus.

De modo que, Santo Afonso nos inspira e orienta a rezarmos constantemente! Não como uma ação automática nem obrigatória, mas como uma resposta amorosa que nasce da gratidão do nosso coração que se sente e reconhece o quanto somos amados e queridos por Deus! Em uma atitude que não nos aliena nem nos distancia da realidade da vida, mas que nos faz entrever a presença de Deus em todos os momentos e em todas as situações! Em tudo que ocorre em nossa vida temos como perceber e sentir a presença de Deus! Por isso que Santo Afonso insistia que a oração mental ou interior nos faz familiarizar-nos com Deus, ou seja, quem reza de verdade jamais perde o senso de ser de e de pertencer a Deus! Portanto, rezar não é perder tempo, mas humanizar-se e viver mergulhado no ser maior da vida que é Deus!

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