Por Joana Darc Venancio Em Igreja Atualizada em 02 ABR 2019 - 16H26

A educação mais eficaz é aquela que se recebe numa Família Cristã

Em nenhuma época foi fácil educar. Foram muitos os obstáculos enfrentados pelos os que quiseram educar a partir dos valores cristãos. Também hoje estamos diante de muitos desafios e ideologias que confrontam a proposta da Educação Cristã. A Família é, sem dúvida, a Instituição mais atacada. Papa Francisco afirma na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia: “Ninguém pode pensar que o enfraquecimento da família como sociedade natural fundada no matrimônio seja algo que beneficia a sociedade. Antes pelo contrário, prejudica o amadurecimento das pessoas, o cultivo dos valores comunitários e o desenvolvimento ético das cidades e das aldeias. Já não se adverte claramente que só a união exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher realiza uma função social plena, por ser um compromisso estável e tornar possível a fecundidade”.

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É urgente a retomada do papel da família na Educação. As transformações sociais, ao longo das décadas, delegaram à escola a tarefa de educar e destituiu a família de seu lugar e papel. A família foi esvaziada de sentidos e foi enfraquecida sua autoridade de “célula mãe” da sociedade. Papa Pio XI na Carta Encíclica Divini Illius Magistri, afirmou: “O primeiro ambiente natural e necessário da educação é a família, precisamente a isto destinada pelo Criador. De modo que, em geral, a educação mais eficaz e duradoura é aquela que se recebe numa família cristã bem ordenada e disciplinada, tanto mais eficaz quanto mais clara e constantemente aí brilhar sobretudo o bom exemplo dos pais e dos outros domésticos”.

Formar pessoas vai muito além de transmitir o conhecimento. A Escola pode e deve ser parceira da família, mas não pode e não deve assumir a tarefa da mesma. Nenhuma instituição pode substituir a família. Tampouco o Estado pode usurpar da mesma o sagrado direito de educar. A família precisa reassumir seu central papel na formação dos filhos. Filhos, que devem aprender na mais tenra infância, que precisam ter regras, disciplina, valores, responsabilidades. Filhos que precisam aprender pela palavra e pelo exemplo, o temor e o amor a Deus. A Escola pode reforçar tudo isso, mas não assumir como o seu papel central. O Catecismo da Igreja Católica ensina: “A família é a célula originária da vida social. E a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações dentro dela constituem os fundamentos da liberdade, da segurança e da fraternidade no conjunto social. A família é a comunidade na qual, desde a infância podem assimilar os valores morais, tais como honrar a Deus e usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade”.

O relativismo moral ataca as verdades perenes e nos joga num amaranhado confuso não nos permitindo discernir entre o bem e o mal. Estamos sofrendo as graves consequências dessa confusão. As “grandes verdades” estão sendo diluídas em nome da verdade de cada um e da efemeridade das escolhas.  Bento XVI, nosso querido Papa Emérito, nos orienta a ter cuidado com a “ditadura do relativismo”, pois este deixa cada um, como medida de si mesmo. A ditadura do relativismo não tem consequência somente particular, mas envolve toda a sociedade e coloca em perigo a convivência e nossa condição humana. Tudo que é absoluto e duradouro para o relativismo é maléfico e atrasado. Neste contexto, a família já não faz mais sentido e pode ser descartada, assim como a Religião e Deus. Papa Bento XVI na Carta Encíclica Caritas in Veritate também ensina: “Torna-se uma necessidade social, e mesmo econômica, continuar a propor às novas gerações a beleza da família e do matrimônio, a correspondência de tais instituições às exigências mais profundas do coração e da dignidade da pessoa. Nesta perspectiva, os Estados são chamados a instaurar políticas que promovam a centralidade e a integridade da família, fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, célula primeira e vital da sociedade, preocupando-se também com os seus problemas econômicos e fiscais, no respeito da sua natureza relacional”.

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A Família tem primordial papel na construção da sociedade e na formação humana. Ela é responsável pelo desenvolvimento de valores que consigam resistir à cultura do descartável, da banalização da vida e da relativização da existência. O Papa João Paulo II, agora Santo, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio afirmou. “As tarefas, que a família é chamada por Deus a desenvolver na história, brotam do seu próprio ser e representam o seu desenvolvimento dinâmico e existencial. Cada família descobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que ao mesmo tempo define a sua dignidade e a sua responsabilidade: família, torna-te aquilo que és”.

Pela Fé vamos vencer o relativismo defendendo e reafirmando a Família como “Célula Mãe”. Seja a Sagrada Família de Nazaré o nosso modelo absoluto e perene.

.:: Educação para a Verdade e para a Esperança

Escrito por:
Joana Darc Venancio (Redação A12)
Joana Darc Venancio

Pedagoga, Mestre em educação e Doutora em Filosofia. Especialista em Educação a Distância e Administração Escolar, Teóloga pelo Centro Universitário Claretiano. Professora da Universidade Estácio de Sá. Coordenadora da Pastoral da Educação e da Catequese na Diocese de Itaguaí (RJ)

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