Chamando seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos imundos e curar todas as doenças e enfermidades (MT 10,1). Ele o fez assim, para que os Chamados se ajudem mutuamente e deem a todos o testemunho da caridade fraterna. A alma da missão é o amor.
A caridade é o único critério que deve nos guiar em todo o nosso trabalho por Cristo e pelos demais. Quem ama Cristo de verdade não busca seu próprio interesse, mas sim a glória do Pai e o maior bem do próximo!
A realização destas tarefas em um trabalho missionário não é como veremos, uma coisa simples e fácil. É preciso fazer passos, deve conhecer a realidade a sua volta e nela mergulhar com o olhar da fé, ter atitudes de discernimento. Sabemos que nem sempre é fácil compreender a realidade, ela é mais complexa do que podemos imaginar. Nela existem luzes e sombras, alegrias e preocupações, como conclama o Concílio Vaticano II, viver e testemunhar nossa fé, solidários com todos, especialmente com os mais pobres.
:: Saiba mais sobre o Concílio Vaticano II
A Conferência de Aparecida (nn, 33) nos oferece a rica indicação ao recordar que vivemos um tempo de transformações profundas, que afetam não apenas este aspecto da realidade, mas a realidade da vida dos cristãos como um todo. Estamos diante da globalização que não é apenas geográfica, no sentido de atingir todos os recantos do planeta. Estamos na verdade, diante de transformações que atingem também todos os setores da vida humana, de modo que já não vivemos numa época de mudanças, mas numa “mudança de época” (DGAE n. 13).
"O fenômeno do individualismo penetra até mesmo certos ambientes religiosos, na busca da própria satisfação, prescinde-se do bem maior, o amor de Deus e ao serviço ao semelhante".
O que antes era certeza até bem pouco tempo servindo como referência para viver, os valores adquiridos na base familiar, o respeito ao outro e ao coletivo, tem-se demonstrado insuficientes para responder a situações novas, deixando as pessoas estressadas ou desnorteadas. Os valores não mais constituem o “objetivo da vida comum, e sim a oportunidade pra construir grupos exclusivos e seletivos, fechados à infiltração externa, e constituídos somente por nós e os nossos, como se os outros não existissem”. (Viver em Comunidade-aspectos psicológicos, p.11).
"...a vida comunitária para os dias de hoje requer a vivência da fé e o compromisso de conversão e de transformação para a caridade fraterna, da justiça e da paz..."
O discípulo missionário observa, com preocupação, o surgimento de certas práticas e vivências religiosas ligadas ao aspecto emocional e sentimental. O fenômeno do individualismo penetra até mesmo certos ambientes religiosos, na busca da própria satisfação, prescinde-se do bem maior, o amor de Deus e ao serviço ao semelhante. Reduzem-se deste modo o sentido de pertença e o compromisso comunitário Institucional. Faz-se uma experiência religiosa de momentos, rotatividade, individualização e comercialização. Já não é mais a pessoa que se coloca na presença de Deus, como servo atento (conf. 1Sm. 3,9-10), mas é a ilusão de que Deus esta a serviço das pessoas.
Portanto a vida comunitária para os dias de hoje requer a vivência da fé e o compromisso de conversão e de transformação para a caridade fraterna, da justiça e da paz, a partir de pessoas que acolhem o convite ao “novo ardor, novos métodos e a nova expressão” recomendados em colocar Jesus Cristo ao Centro. Ao se aproximar, se envolver, acompanhar, valorizar cada fruto de crescimento na vida e na fé, saber celebrar e festejar junto aos cristãos, o discípulo missionário pode ajudar a proporcionar novos “lugares de encontro com o Senhor”, e saber gestar novas formas de se viver a espiritualidade missionária da Igreja.
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