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Formar pessoas; eis o grande desafio da Educação! Família, Escola e Igreja, constituem um trio de extrema relevância para a formação humana, mas como construir bases sólidas em tempos líquidos? A Igreja, tem se preocupado com a “emergência educativa”. Ela nos chama a refletir intensamente sobre os grandes desafios de educar. Desafios intensificados neste contexto histórico, que nos embaraça, que nos desestabiliza e nos força acreditar e defender o relativismo como princípio democrático, sem que percebamos a força devastadora do mesmo. O relativismo está matando as grandes e eternas verdades dos valores cristãos, éticos e morais. Ensina Papa Bento XVI na Carta sobre a tarefa urgente da formação das novas gerações: “Educar nunca foi fácil, e hoje parece tornar-se sempre mais difícil. Sabem-no bem os pais, os professores, os sacerdotes e todos os que desempenham responsabilidades educativas diretas. Fala-se por isso de uma grande "emergência educativa", confirmada pelos insucessos com os quais com muita frequência se confrontam os nossos esforços para formar pessoas sólidas, capazes de colaborar com os outros e dar um sentido à própria vida”.
As pessoas formadas por nós têm bases sólidas e dão sentido à própria existência? Identificamos, nas pessoas que foram formadas por nós, a diferença Evangélica em suas ações diárias? “E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52). Podemos fazer essa afirmação sobre as pessoas que por nós foram formadas?
A harmonia dessas três dimensões possibilita a formação de pessoas sólidas que tomam parte da vida social com comportamentos positivos. Pessoas ética, abertas ao diálogo, equilibradas nas tribulações, esforçadas para o bem comum, fazendo o bem e evitando o mal e guiadas pela sabedoria do Espírito Santo e pelas Graças de Deus. O Catecismo da Igreja Católica (1784) afirma que “a educação da consciência é uma tarefa de toda a vida”.
A Educação é criadora de novos tempos, de novos rumos, de novas escolhas. A formação é uma experiência contínua em um devir que não termina nunca. Não podemos desistir de formar para a sabedoria, aquela que faz com que saibamos discernir o bem do mal e o joio do trigo. Precisamos educar para a Graça, aquela que nos faz compreender que sem Deus nada somos e nos mantem alimentados pela esperança. Quando acreditamos que não existe saída para nossas desesperanças, estamos abrindo portas para o maligno. É preciso, mais do que nunca, resgatar a grande verdade: o bem vence o mal! Para que isso ocorra, no entanto, não podemos desistir de formar pessoas para a o Bem. Também diz Papa Bento XVI na Carta sobre a tarefa urgente da formação das novas gerações: “Não podemos deixar de ser solícitos pela formação das novas gerações, pela sua capacidade de se orientar na vida e discernir o bem do mal, pela sua saúde não só física mas também moral. (...) É forte, seja entre os pais, seja entre os professores e outros educadores, a tentação de renunciar, com o risco de não compreender nem mesmo qual é seu papel, ou melhor, a missão que lhe foi confiada”.
Educar pressupõe a crença de que mudanças são possíveis. A educação deve ser promotora da esperança. O determinismo enraizado, pelas vias de uma formação equivocada, ao romper com a esperança, joga o sujeito no vazio, no desânimo e na superficialidade. A Fé deve impulsionar nossa busca pelas novas possibilidades. Também na Carta sobre a tarefa urgente da formação das novas gerações, Papa Bento XVI recorda que: “Quem crê em Jesus Cristo tem depois um ulterior e mais forte motivo para não ter receio: de fato, sabe que Deus não nos abandona, que o seu amor nos alcança onde estamos e como somos, com as nossas misérias e debilidades, para nos oferecer uma nova possibilidade de bem”.
A Educação para o Bem rompe com lógica do determinismos físicos, biológicos, sociológicos, culturais e psicológicos, pois recria as possibilidades. É na esperança que se refaz a certeza do inacabamento e a possibilidade de recriação ou religação da humanidade ao sentido próprio de sua existência, que para o cristão é a ligação com Jesus. O Catecismo da Igreja Católica (1785) lembra que: “Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz de nosso caminho; é preciso que a assimilemos na fé e na oração e a ponhamos em prática”.
Daí a importância de nosso conhecimento profundo sobre o pensamento da nossa Igreja Católica Apostólica Romana acerca da Educação, da formação humana. Não podemos abrir mão, “dos justos benefícios da educação e da instrução”, como afirma Papa Paulo VI na Declaração Gravissimum Educationis.
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